domingo, 25 de janeiro de 2015

O que fazer para a FIV dar certo?


Vcs já perceberam que estou conseguindo acessar o blog e postar algo quase todos os dias? Pois é, estou tentando fazer valer o conceito de diário. Às vezes as publicações são mais confessionais como a de ontem, por exemplo, quando coloco aqui algumas angústias e ansiedade de todo este louco processo de fertilização in vitro.
Ontem à noite tive uma boa notícia, recebi um email da Unimed informando que minha cirurgia de miopia foi aprovada! Eba, algo bom e amanhã (segundona) já ligarei logo cedo para ver a sequência dos procedimentos e confirmar a cirurgia que estava pré-agendada para a quinta.

Também terei o primeiro exame hormonal e ultrassom com o médico para ver a quantas anda o meu endométrio e planejar a sequência do tratamento para a transferência. Espero que não seja na quinta, mas pelas contas vai ser na sexta, mas não tenho noção porque na outra FIV foi no 18º dia após a menstruação e agora não sei como meu corpo está reagindo a medicação. Amanhã contarei tudo.
Mas aí acordei hoje pensando na seguinte questão: O que fazer para a FIV dar certo?

Puxa, esta é a nossa grande questão! Ah, se eu soubesse a resposta...

Tem relatos de meninas que tiveram o positivo na primeira FIV, o que é ótimo. Mas pessoalmente conheço muitas que só conseguiram na terceira. Tem uma garota que foi minha aluna na pós-graduação e conseguiu na quinta tentativa. Outra também de outro curso que conseguiu na terceira e, pela idade, transferiu 4 embriões e todos vingaram. Imaginem, quatro bebês... vixi. Ela até se afastou do curso e preciso fazer contato para saber se ela está bem.

Mas aí não tem a fórmula mágica dos motivos para a FIV dar certo e quando conversamos com o médico, devemos estar bem cientes de que todo este processo é quase um jogo de probabilidades e uma conjunção de fatores é o que determina o resultado. Não é o fato apenas de tomar vitaminas, fazer repouso após transferência ou aulas de yoga e acupuntura.
Quando não dá certo, naquele momento inicial de “negação”, depois passamos pela “revolta” e, beeeem depois, conseguimos amadurecer para a “aceitação”, vamos procurar os fatores e tentar trabalhar em cima deles juntamente com o nosso médico.

É bem assim este processo: a “negação” é quando tentamos imaginar que o exame Beta pode ter dado errado e que o resultado pode mudar, mas quando percebemos que não foi mesmo, aí vem a fase da “revolta”, contra o médico ou contra outras mulheres grávidas e até contra nós mesmas porque achamos que fizemos algo errado e que atrapalhou o tratamento. Por fim, quando juntamos os cacos e chegamos na fase da “aceitação”, buscamos outros relatos de mulheres que seguiram em frente, trocamos o médico e iniciamos tudo de novo com muito otimismo.

A FIV pode não dar certo por vários motivos. Vejamos alguns:

- Idade da mulher: com o avanço da idade, a qualidade dos óvulos diminui (começando o declínio aos 30 e sendo mais acelerado após os 37 anos). As probabilidades pioram drasticamente após os 40 anos, quando a taxa de gravidez utilizando embriões cai para 25%.
- Resposta ovariana: além da questão da idade (porque os óvulos possuem também nossa idade, ou seja, envelhecem conosco), há mulheres que respondem de forma diferente à medicação e podem gerar respostas diferentes quando à qualidade e quantidade de folículos/óvulos maduros. A resposta à estimulação depende dos níveis de FSH (hormônio folículo estimulante) que não pode ser muito elevado ou de uma taxa boa taxa de AMH (hormônio anti-mulleriano) que verifica a taxa de reserva ovariana.

- Qualidade do embrião: muitas vezes, após o estímulo, a mulher tem vários óvulos mas não são de qualidade ou o marido tem espermatozoides mais deficitários. Outra questão, mesmo quando há a fertilização, alguns não se desenvolvem de forma simétrica quando à divisão celular (por isso os embriões são classificados em categorias A, B, C  ou D quanto ao número de células e presença ou não de fragmentação, já que devem ser simétricas de acordo com o padrão esperado de evolução).
- Alterações imunológicas: algumas anormalidades no funcionamento do sistema imunológico podem impedir a adequada implantação de embriões no ambiente uterino. Elas podem ser identificadas através de exames de sangue especializados. Frequentemente são diagnosticadas elevações nos níveis de células natural killers (NK) ou de anticorpos do tipo anti-fosfatidilserina, anti-cardiolipina, anti-tireoglobulina, também a síndrome anti-fosfolípides, mutações em genes como o MTHFR, da protrombina e do fator V de Leiden (como os exames para identificar também tipos de Trombofilia).

- Alterações cromossômicas e genéticas: estão relacionadas também à qualidade dos embriões, pois podem apresentar anomalias em seus genes ou cromossomos. Muitas vezes, um embrião aparentemente normal pode ser alterações e para ter o diagnóstico, são necessários alguns exames específicos, como o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD/PGS) e o array-CGH, estes últimos capazes de rastrear alterações cromossômicas e gênicas no estágio embrionário, antes mesmo da implantação.

- Alterações no útero: podem existir algumas anormalidades que dificultam o processo, como endometrite, presença de pólipos endometriais ou miomas (principalmente os submucosos), que podem criar barreiras físicas ou alterações no endométrio.

- Falhas de implantação: Pode acontecer falhas ou abortamentos devido ao não desenvolvimento do embrião (o embrião pára de crescer, não há multiplicação celular), sendo que isso geralmente decorre de causas genéticas do próprio embrião. Uma outra causa de falha de implantação é a mudança da janela de implantação, período em que o endométrio deve receber e nutrir o embrião para que ele se implante no útero e comece a produzir as células que vão formar a placenta, além do próprio feto.
A “janela de implantação” é o período em que todo mês, seja em ciclo espontâneo ou induzido, o endométrio passa pelo período em que se encontra receptivo aos embriões. E, se colocarmos os embriões fora desta janela de implantação, é como se estivéssemos os jogando fora, pois eles não encontram um ambiente adequado para implantarem.

Assim, um dos desafios na fertilização “in vitro” (FIV) é encontrar a janela de implantação individual para cada mulher, para transferir os embriões neste momento correto. Na maioria dos casos se colocarmos os embriões após 5 dias de ação da progesterona estaremos neste período da janela de implantação, porém em algumas pacientes, a janela de implantação pode ser diferente. Isso pode ser analisado hoje com o ERA, Endometrial Receptivity Array, feito através da avaliação da expressão de genes no endométrio.
Depois colocarei um post sobre a “Janela de Implantação”, que é um tema que já refleti um pouco sobre ela na transferência anterior e agora quero entender melhor.

Por fim...
O corpo humano não reage da mesma forma e nenhum tratamento terá 100% de eficácia. O importante é o preparo emocional (pois o financeiro possivelmente já fizemos antes para poder iniciar o tratamento) e perseverança. Vamos em frente!



 

sábado, 24 de janeiro de 2015

O “custo emocional” de um tratamento de fertilização in vitro (FIV)


Hoje o sabadão já começou agitado logo cedo no trabalho, pois minha assistente faltou por problemas de saúde e tive 4 pessoas da equipe que faltaram, ou seja, fiquei sozinha e na maior correria, mas deu tudo certo. Só um pouco cansada.
Para não esquecer a medicação, já coloquei o alarme do celular e a agenda sincronizados, porque quero fazer tudo direitinho (se bem que no segundo dia, esqueci de tomar a Primogyna na hora do almoço e tomei duas à noite, espero que não dê nada...).

Precisaria muito terminar um trabalho para entregar na segunda, mas estou sem cabeça para pensar em assuntos técnicos, ainda mais que já trabalhei desde cedinho e fico na expectativa do tratamento.

Acho que só quem passa por isso consegue entender esta ansiedade, uma vontade de que tudo dê certo e da consciência de que outras batalhas virão, mas esta fase tá demorando tanto, viu?!
Neste tipo de tratamento, pensamos muito – e nos organizamos – para bancar os custos financeiros do processo, mas esquecemos do “custo emocional” de tudo, o que é tão alto quanto, principalmente para a mulher.

Não podemos dizer que não há para o homem, mas a mulher sofre por uma pressão interna que pode ser massacrante e leva à padecer por uma culpa que não é sua.
Pensamos “Por que não consigo engravidar?” ou “Por que muitas mulheres que não querem conseguem e eu não engravido?” e até mesmo “O que eu tenho de errado?” que é o pior quando todos os exames mostram que está tudo certo com o casal.

Baita angústia. Nó na garganta e coração apertado. Medo de que nunca dê certo e então seja necessário partir para a adoção. Não vejo isso como algo ruim, mas já sei que meu marido não topa, o que para mim é um problema.
Como escrevi no começo deste blog, criei este espaço para compartilhar as angústias com vocês e isto é o que me pegou hoje. É a sensação de impotência, misturada com a esperança da ajuda da ciência, a vontade de fazer dar certo e o medo de não poder fazer nada.


Já passei por uma grande frustação quando a primeira FIV não deu certo, vivi o “luto” por mais de um ano até retomar tudo e hoje me sinto mais forte e preparada para outro negativo e ainda assim continuar em frente até conseguir.

Realmente o tratamento para fertilização é composto de diversas batalhas, que vamos vencendo uma a uma. A primeira é a grande bateria de exames (alguns bem chatinhos como a histerossalpincografia e no meu caso, teve até a videolaparoscopia), depois quando começamos o tratamento, tem a bateria de remédios e injeções (a primeira aplicação sozinha ninguém esquece), aí tem a luta para conseguirmos o número satisfatório de óvulos maduros (porque não é só gerar um monte de folículos, como foi o meu caso, cerca de 30, mas devem ter qualidade), para na sequência do dia seguinte saber quantos foram fecundados (quantos evoluíram e qual a qualidade), para depois passar pela transferência dos embriões, até passar pelos longos dias até poder fazer o Beta e ter o resultado.

Ufa!  Lendo assim parece bastante, imagine viver isso mais de uma vez e ainda ter que aguentar a pressão do resultado. No meu caso, optamos por não ter acompanhamento psicológico e também não contar para ninguém. Ficou um segredo meu e do meu marido. Falamos sobre isso e tento não ser paranoica. Apesar de pensar no assunto muitas vezes por dia, não falo nada porque ele pode se irritar e sabe como homem é... no caso dele, sei que pode espanar. Melhor não tocar no assunto e fingir que estou segurando bem a onda. Ele tem sido super fofo, muito mesmo, mas este blog ficou como me segredo, minha válvula de escape.

Tá uma loucura na minha cabeça nervosa, mais por fora, tudo ótimo. Esta frase do Freud resume bem o sentimento:

Realmente é um grande stress e queria compartilhar aqui neste espaço. Mesmo que ninguém comente, isso me acalma a alma e tira o aperto do coração. Me sinto muito sozinha...
Sei que tudo isso pode afetar o casal e tento manter sempre relações com meu marido com frequência (às vezes não dá pelo cansaço do dia a dia ou até da medicação), mas é importante que ele continue se sentindo desejado e avaliando a situação como se nada tivesse sido alterado por causa do tratamento. Assim ele não vai se achar apenas o macho reprodutor ou pensar que a fissura na ideia de engravidar me tornou uma pessoa compulsiva.

Tá, lá no fundinho, sei que estou um pouco com este pensamento fixo, mas como homens e mulheres reagem de forma diferente, vou me esforçar muito para isso não gerar conflitos no casamento.
Realmente não sei se é melhor contar para familiares e amigos sobre o tratamento ou ficar entre o casal, porque depois que não dá certo, ficar dando satisfação ou ver a cara de dó das pessoas, realmente não quero. Gente, este realmente é um desabafo, um texto bem confessional e um pouco diferente dos demais quando faço postagens mais técnicas para esclarecer o que o médico fala em cada uma das etapas do tratamento e resultado daquela pesquisa básico no Dr. Google. Hoje foi mais para colocar em um texto a transcrição destes sentimentos que nos rondam...


É isso, para quem já passou, a FIV é um mix de emoções, uma montanha russa. Para quem ainda vai passar, a força e perseverança devem prevalecer, acima de qualquer momento difícil do tratamento. Sabemos que, depois de concretizado o nosso objetivo e conseguirmos engravidar, ainda virão muitos e muitos outros desafios. Como diz o ditado popular, “ser mãe é padecer no paraíso”. Um ótimo final de semana a todas!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Lista de blogs com diários sobre FIV


Enquanto estou no processo de preparação para a transferência dos embriões congelados, entre uma coisa e outra no trabalho, paro para pesquisar sobre a FIV. Eita vontade de finalizar tudo isso e receber a boa notícia!

 
Gente, é tanta ansiedade, que fica difícil ter concentração em coisas chatas e problemas no trampo porque na verdade eu queria parar tudo para cuidar do “Projeto Babies”. Mas não dá, infelizmente, até porque tenho que trabalhar para ganhar din-din e pagar o tratamento que não é barato...

Enquanto isso, vou tomando Primogyna 2mg por 3 vezes ao dia e Aspirina Prevent por duas vezes ao dia. Na segunda, já tenho o primeiro ultrassom para dar uma espiadinha na espessura do endométrio e pela manhã faço o exame hormonal (o mesmo do processo de indução da ovulação (FSH, LH, Estradiol e Progesterona). É a rotina do meu médico: todo ultrassom é acompanhado de um exame hormonal para avaliar a medicação.
 
Como sempre, acessamos nosso Oráculo Google para pesquisa sobre o que o médico fala ou a medicação que ele recomenda e também para ler relatos de outras meninas que passam por algo semelhante e compartilham suas histórias, angústias e conquista conosco.

Numa pesquisa rápida, coloquei aqui alguns blogs, que ainda as autoras estão no processo e outras já conquistaram o tão sonhado positivo e passaram a postar sobre a gravidez. Vai uma listinha e espero que as autoras apareçam por aqui para comentar...


Lista de Blogs com Diários sobre FIV e Gravidez


Segue a listinha:





http://www.fivaesperadomeubebe.blogspot.com.br



http://www.flaviacalina.com/2013/05/minha-fertilizacao-in-vitro/


http://euvouengravidar.blogspot.com.br


 




http://fabiolapece.blogspot.com.br/p/fases-da-fiv.html
 






 

 
http://diariomarialivia.blogspot.com.br/


 

 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Dia cheio de novidades


Ontem o dia foi cheio de novidades e passo por aqui para registrar, porque estou tentando manter a proposta de sempre colocar um post sobre o andamento do tratamento.
Logo cedo fui ao oftalmologista, pois quem me conhece sabe que sou bastante míope e odeio usar óculos. Com o uso continuado das lentes de contato (leia-se “abuso das lentes de contato por anos”) tive uma reação imunológica e não consigo mais usá-las. Desde o início de dezembro (a última vez que usei foi no dia 13/dez quando tive uma ceratite daquelas!) estou usando os óculos de nerd (pareço cover da Chiquinha do Chaves) porque são aqueles óculos que a gente faz só para ficar em casa, quando ninguém vê... Mas ontem fiz um exame chatinho de mapeamento da retina e o médico disse que posso fazer o exame para operar. Eba!!!!!

Já saí de lá com o tal do exame Pentacam já agendado e também a cirurgia, para a quinta-feira da semana que vem. Não vejo a hora. Pelo que tinha como resultado deste exame que fiz no ano passado, o médico disse que minha córnea aguenta e por isso acho que não haverá problema. Nossa, isso é algo que me incomoda muito, muito mesmo, ainda mais com este calor do Saara que tem feito nos últimos dias.
O dia foi meio improdutivo no trabalho porque estava com a pupila dilatada e não enxergava nada. Ainda assim fui trabalhar – ainda bem, porque vários estados brasileiros tiveram um apagão de energia e tive que tomar algumas decisões bem rápidas para cancelar eventos que aconteceriam no início da noite.

Quando cheguei em casa, vi uma mensagem do médico, respondendo ao email que envie na sexta sobre o início do meu ciclo. Ele pediu para tomar Prymogina (3 vezes ao dia) e Aspirina Prevent (2 vezes ao dia) e agendar um Ultrassom para segunda, dia 26/1. Eba de novo!



Como já tinha em casa tudo, deixei no cantinho dos remédios. Isso mesmo, estou tomando tantas vitaminas e remédios que tem um cantinho para não esquecê-los... A Aspirina é indicada nos tratamentos de fertilização in vitro (sendo o ácido acetilsalicílico já indicado como coadjuvante no tratamento de diversas doenças do coração).Quando ingerida em baixa dosagem, melhora a circulação sanguínea e aumenta as chances de sucesso nos tratamentos de FIV (embora alguns médicos especialistas em reprodução pedem cautela e alertam para os riscos relacionados ao aumento de hemorragias e que precisam acompanhamento médico).



Recebi por email uma tabelinha do médico para acompanhamento, pois ele é extremamente organizado. Gosto pois ele é bem objetivo e muito profissional, transmite segurança. Depois do Ultrassom, começarei com os demais, segundo agenda do tratamento.

A dúvida agora é que dia será a transferência, pois pelas minhas contas, será no mesmo dia, quinta (29/jan). Tomara que não... mas se for mesmo, vou agendar a cirurgia de miopia para outro dia. VIxi... tudo o que eu mais quis na vida (enxergar bem e ser mãe) no mesmo dia??? Tomara que dê para fazer tudo nesta semana, vai ser o máximo!
Recado para meu endométrio: vamos deixa-lo bem fofinho para os bebês agarrem com força! Preparando o "ninho" para receber meus bebês.

Bom, vou contando um pouco mais sobre os preparativos, desta vez vai dar certo. Tentando controlar a ansiedade, pensando que o necessário é ir em frente.



domingo, 18 de janeiro de 2015

Dúvida: será que vou transferir os embriões neste mês?


Gente, bateu uma dúvida e ansiedade (aliás, acho que “ansiedade” é a palavra que mais uso neste blog, não é?! mas tem outra que uso bastante é “esperança”, ainda bem que faz sentido!)
Na sexta, dia 16, logo depois da postagem, fiquei menstruada. E aí, começando o ciclo, já enviei uma mensagem para o médico. Como é um período em que ele está em férias, ainda não respondeu e agora estou em dúvida sobre o que vai acontecer.

Não sei se ele recomendará o início da medicação para a transferência dos congeladinhos ou se pedirá mais exames para ver como estão os miomas. Espero que não tenham crescido, mas como se alimentam dos hormônios, proporcionei um banquete a eles neste processo de indução da ovulação na FIV. Quem sabe dei sorte e eles estavam de regime? Kkkkkkkk
Oh, que dúvida...

Conversando com meu marido, ele disse para transferirmos já, se o médico autorizar e eu topo!
Em geral, o preparo do endométrio para transferência já começa no início do ciclo, com uso de hormônios como estradiol e progesterona. A intenção é deixar o endométrio “fofinho” para que atinja pelo menos 7 a 8 mm de espessura (com o que os médicos chamam de ´padrão trilaminar. Em geral, recomendam a progesterona (Utrogestan®, Evocanil® ou Crinone®), hormônio de determina a data da transferência.

Ai... Agora vamos esperar o retorno do médio e orientações!!!!!!!!!!!!!!! 
 
 

 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A influência do médico na Fertilização in Vitro

Estou tentando sempre aparecer por aqui para deixar uma postagem ou reflexão, enquanto aguardo o início dos preparativos para a transferência. Tenho que aguardar a menstruação, pois somente com o início do ciclo é que começarei a medicação para preparar o endométrio – e então receber os “congeladinhos”!

Legenda da foto: Embriões Congelados aguardando a Transferência!

Nesta semana já chegou a fatura da anuidade dos embriões de 2013 que ficaram congelados, são 3 (acho que comentei em outro post). São R$700 e depois pagarei mais R$700 pela outra “leva” (acho que são mais 7 do ano passado).
Bom, nas minhas reflexões sobre todo este processo, para compartilhar com vocês, estava pensando na influência do médico para o sucesso do trabalho, ou seja, que a FIV traga um Beta Positivo, que é o que todas queremos. Poucas conseguem na primeira tentativa e outras conseguem até na sexta, como já li em alguns blogs e fóruns, ou em até mais vezes!

Naquelas que trocam de médico, o que é bem comum, vejo que a confiança é importante, a busca pela reputação do profissional e também a clínica em si, com um tratamento mais humanizado, que não olhe ou trate os casais apenas como uma folha de cheque ou um cartão de crédito que irá engrossar as receitas da clínica ou a conta bancária do próprio médico.

Saber o histórico do médico e quais os sucessos de seus tratamentos, conversar com pessoas que já se trataram com ele (ou ela) é fundamental.
Tem que haver uma certa disponibilidade do médico também para responder aos nossos questionamentos (que são muitos e sei que nossa ansiedade acaba enchendo a paciência deles, mas acho que faz parte da escolha profissional que fizeram e é parte importante do trabalho). Ter informações é muito acalentador para nós, que passamos por um turbilhão de emoções e de hormônios com as medicações.

Há certos protocolos do tratamento de FIV que são semelhantes, mas em uma conversa com a paciente e o seu histórico sobre infertilidade irão definir as medicações e doses mais adequadas. Apesar de rotinas serem parecidas neste processo, diferenças entre os médicos sempre existirão e devemos nos sentir confortáveis e confiantes. Se não acontecer, é melhor mudar mesmo...
Por hoje é isso, a sexta já começou na correria, mas vamos seguindo com muita energia, aguardando o final de semana!



domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobre a ansiedade nos tratamentos para fertilização e reprodução assistida


Estou tentando sempre postar alguma reflexão, espero que consiga fazer isso todo dia, mas nem vou me comprometer pois amanhã retornarei ao trabalho e tenho certeza que uma avalanche de compromissos vai me sugar... ai, ai... Mas vamos que vamos, agora já tive tempo para descansar um pouco.
A reflexão de hoje é sobre a ansiedade durante os tratamentos de gravidez e, de forma mais ampla, será sobre a ansiedade em mulheres que desejam engravidar.

O senso comum diz que o stress atrapalha nas tentativas de gravidez e, particularmente, a tensão pode interferir em um tratamento como a FIV, por exemplo. Para tirar a dúvida, já perguntei a dois médicos especialistas e ambos disseram que isso não é comprovado. Obviamente, o stress tem todo um impacto hormonal, mas não é isso que fará da tentativa um processo frustrado.


Resolvi escrever sobre isso porque meu marido diz que, desde que temos tentado engravidar, há pelos menos 6 anos, pelo de ser uma pessoa muito ansiosa e “pilhada” porque faço mil atividades ao mesmo tempo, tanto profissionais (sei que sou muito workaholic com 2 a 3 empregos simultaneamente), acadêmicas (amo estudar, escrever artigos e lecionar) e outras coisinhas (organização da casa, reformas, investimentos, tratamentos estéticos – amo um “embelezador”) e por isso não consigo engravidar.

Bom, se o stress não é determinante sobre a infertilidade, temos que reconhecer que ele atrapalha nossa vida e de alguma forma, interfere no processo, mas não que seja por isso.
É neste sentido que muitos médicos recomendam yoga e acupuntura – ou outras atividades relaxantes – bem como atividades físicas para uma maior atenção aos cuidados com o corpo e a mente.

O médico que está me tratando sugeriu uma consulta com a psicóloga da clínica, que ajuda os casais no tratamento e pediu para agendarmos consulta. Fingi que não entendi bem e saí sem agendar, pois meu marido avisou que não topava. Achei melhor não insistir e já estava gastado tanto dinheiro que pensei: “é melhor economizar nisso”. Pra falar a verdade, depois de gastar uns R$15 mil não faz tanta diferença e acho que o tratamento iria me ajudar bastante, mas din-din é din-din e sei que meu marido não iria nem amarrado porque odeia estas sessões, apesar do pai dele ser psicólogo comportamental.
Para responder se ansiedade e estresse atrapalham nos resultados de gravidez nos tratamentos de FIV, vou transcrever um trecho do site da psicóloga Luciana Leis, que nos ajuda a tirar o peso desta culpa que carregamos...

“(...) Percebo que, no senso comum, há uma crença de que esses elementos prejudicam sim nos tratamentos e, se não há respostas para a conquista da gravidez com a técnica de fertilização in vitro, o grande vilão foi o estresse vivenciado durante esse processo.
Penso ser importante esclarecer que não há como ficar “zen” fazendo tratamento para engravidar, os hormônios, rotina de ultrassons e auto-cobranças pela gravidez mexem com qualquer ser humano, por mais tranquilo que ele seja. Assim, certa dose de ansiedade e estresse são esperados neste processo, porém, se a intensidade for demasiada, sempre recomendo psicoterapia para auxiliar na diminuição dessa carga emocional e melhor enfrentamento de toda essa situação.

No entanto, não sei se a maioria de vocês sabe, mas, além de psicóloga clínica, também sou pesquisadora no Projeto Alfa e, a fim de esclarecer melhor sobre os possíveis efeitos negativos do estresse e ansiedade nos tratamentos de FIV, fui investigar sobre o tema.

O resultado disso, foi o trabalho que acaba de “sair do forno” e que foi aprovado e apresentado agora no Congresso Europeu de Reprodução Humana (ESHRE), que aconteceu de 29 de junho a 2 de julho em Munique. Nesta pesquisa foram incluídas 79 pacientes, com idades até 35 anos e com bom prognóstico de gravidez no tratamento de FIV. Utilizei como medidores de estresse e ansiedade- no momento da transferência embrionária- testes psicológicos e a medida da pressão arterial e frequência cardíaca.

Não houve associação entre estresse/ansiedade com taxa de gravidez em nenhum dos marcadores de estresse/ansiedade analisados. Ou seja, nesta pesquisa, o estresse e ansiedade, mesmo nas pacientes que o apresentaram em níveis mais elevados, não foram associados a testes negativos de gravidez.

Assim, acredito que os resultados do meu trabalho podem colaborar para deixar as mulheres que estão vivenciando esse processo, menos culpadas com sentimentos de estresse e ansiedade, tão comuns nos tratamentos de FIV.
A razão de um resultado de BHCG negativo em meio aos tratamentos ainda continua sendo uma incógnita e acredito que não poderia ser diferente, afinal, estamos falando de vida, e sobre a chegada de uma nova vida, não temos nenhum controle!”


Gente, isso me deixa muito aliviada, de verdade.
Nestas tentativas de gravidez, já tirei férias, fiz acupuntura, viagem, até reiki e sessões com aquelas pedras quentes, nem sei o nome, mas dizem que é para relaxar e recuperar as energias.

É importante deixar claro que não está se ignorando o impacto do stress neste processo, o que atrapalha todo o nosso ritmo de vida durante os tratamentos, pois viramos uma “bomba de hormônio e ansiedade”, mas é preciso compreender a integração com outros fatores que levam à infertilidade.

O stress e ansiedade podem atrapalhar a função reprodutiva pois promovem toda uma alteração hormonal na mulher, gerando disfunções que podem ser reflexo, principalmente, da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal - aumento do cortisol decorrente de situação de estresse-induzida pelo hormônio liberador de corticotrofina (CRH) com consequente secreção hipofisária de ACTH e β-endorfina. No homem, o stress leva à redução da quantidade de esperma e de volume do sêmen. O excesso de ansiedade muitas vezes pode resultar em falta de libido e de ereção.

No auge do estresse, a pessoa também pode vir a sentir palpitações, dores musculares, sensação de falta de ar, tontura, suor excessivo, extremidades frias e fadiga intensa, o que acaba provocando momentos de crise conjugal, o que pode atrapalhar ou até interromper o processo.

Outra fonte que me tranquilidade é o Guia do Bebê:

“Pesquisadores modernos, que se empenham na investigação psicológica em complemento aos avanços da endocrinologia reprodutiva, revelam que quase não há evidências relacionando fatores ligados à personalidade com infertilidade. Por ora, não se justifica que a ansiedade seja encarada como mais uma sensação de ‘culpa’ para os cônjuges.

Muitos pesquisadores se detêm no stress gerado durante os tratamentos de fertilização in vitro. Há estudos que revelam, inclusive, que os níveis de ansiedade e angústia pelos quais a mulher passa durante o tratamento são comparáveis aos de quem enfrenta doenças graves como o câncer”.

É, gente, não é fácil e quem passar por isso luta contra o sentimento de pressão.
Tem um outro estudo da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo que aborda a questão dos “aspectos emocionais do casal após falha nas técnicas de fertilização in vitro”.

Está no link: www.fcmscsp.edu.br/files/vlm51n3_3.pdf

Para destacar aqui, vale ler o texto na íntegra que é bem curtinho, mas mostra que o casal pode passar por problemas como depressão após falha do tratamento. A mulher passa por um processo de negação e raiva, mas que o ideal, para que o relacionamento não seja afetado, é o otimismo. Porém, o tempo prolongado de tratamento leva a insegurança e pessimismo. O aumento do número de falhas é diretamente proporcional ao aumento de crises depressivas intermitentes.
Não é fácil mesmo.

Para concluir, que está tópico já ficou gigante e a intenção era uma breve reflexão de um domingo à tarde com muito calor: a relação entre stress e infertilidade ainda carece de muitos estudos, já que nada do que se sabe até agora oferece provas conclusivas.

Vale o cuido de não atribuirmos ao stress a falta de respostas diante da dificuldade de gravidez, isso só nos deixa mais nervosas, angustiadas e infelizmente, com a sensação de culpa (sei que não somos responsáveis pela gravidez demorar a acontecer, mas é um sentimento que vem e neste caso, não pode ser ignorado e é até certo ponto, legítimo de ser sentido e respeitado.

É isso, uma fase complicada, mas quando tudo passar, vamos pensar:: "Valeu a pena"!
 

Referências:

http://guiadobebe.uol.com.br/stress-e-infertilidade/

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/05/12/para-mulher-que-passou-por-fiv-lidar-com-ansiedade-e-o-mais-dificil.htm

http://clinicafgo.com.br/noticias/aspectos-emocionais-da-infertilidade

sábado, 10 de janeiro de 2015

Começando o ano, com expectativas e energia positiva!

Olá, meninas! Um feliz 2015 para tod@s, um “ano fértil” para quem está nesta batalha, que é algo que parece tão simples, um grande medo quando começamos nova vida sexual, imaginando que podemos engravidar com qualquer problema com a camisinha, mas vira um tormento quando estamos casadas e queremos ver a família crescer e isso não acontece... Pois é, mundo cruel...

Mas para resolver isso tenho apelado para a ciência! Lembro-me de um domingo, quando era criança, o programa Fantástico apresentou o primeiro bebê de proveta no Brasil, em 1984. Agora ela já está com 30 anos, vejam: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/10/primeiro-bebe-proveta-do-brasil-e-da-america-latina-completa-30-anos.html

A técnica foi desenvolvida na Inglaterra e em 1978 nasceu o primeiro “bebê de proveta”, com muita desconfiança no meio médico, dos religiosos e uma esperança para quem não conseguia engravidar naturalmente.

Com esta esperança, inicio o ano de 2015. Ontem meu médico respondeu a um email que enviei antes do Natal, questionando sobre os próximos passos. Ele disse estar em férias e pediu para comunicar quando vier a menstruação para nos prepararmos para a transferência ainda em fevereiro.

Ainda não consegui perder os 2 Kg que ganhei com o tratamento para estimulação dos óvulos e, de quebra, ganhei mais 2 Kg com as gulodices de final de ano. Já são agora 66 Kg, preciso voltar ao peso normal. Voltei às atividades físicas e estou tentando ser mais saudável, preciso estar bem para o próximo tratamento.

Não deixei de tomar as vitaminas de sempre (B e C), ácido fólico e a Metformina para os ovários policísticos.

Nesta segunda já retornarei ao trabalho, retomando tudo com muitas expectativas!