quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tentando entender porque a FIV dá errado...

Gente, vou tentar não ficar paranoica com o NEGATIVO  de ontem, mas quem está acompanhando o blog percebeu que o resultado mexeu muito comigo...

Fica uma mensagem para animar o dia, pois estou tão triste que nem fui trabalhar hoje pela manhã...


Por que a FIV pode dar errado - Parte III: Aloimunidade

Quero entender melhor o que é esta tal de aloimuidade e o tal do exame cross match.
Vi que no ambiente médico ainda há questionamentos sobre os procedimentos e algumas das vacinas não foram aprovadas pelo FDA (Food and Drug Administration). 
Algumas explicações a seguir.

Categorias de Problemas Imunológicos

Há cinco categorias de problemas imunológicos que podem causar aborto, falhas em reprodução assistida e infertilidade. Para maiores detalhes leia o texto Programa de Imunologia da Reprodução.
  • Categoria I

Casais compatíveis o HLA-DQ alfa. Isto resulta na falta de produção de anticorpos bloqueadores para a gravidez a evolução é o aborto. O tratamento para esta categoria é a Terapia com Imunização de Linfócitos (LIT).
  • Categoria II

Anticorpos antifosfolipídicos. Estas são moléculas de adesão para a implantação e desenvolvimento da placenta. O tratamento para este problema é uso da aspirina infantil (81 a 100 mg por dia) começando no primeiro dia do ciclo concepcional e Heparina por injeção subcutânea na segunda metade do ciclo menstrual, aumentando a dose a partir do diagnóstico de gravidez, até um dia antes do parto.
  • Categoria III

Estas pacientes desenvolveram anticorpos contra o DNA ou produtos de degradação do DNA e isto se reflete na produção de um resultado de exame positivo para o Fator Anti-Núcleo (FAN). Geralmente o resultado tem padrão fragmentado. Nós também sugerimos para que estas mulheres sejam investigadas para DNA de dupla hélice, hélice simples, polinucleotídeos e histonas. O tratamento para esta condição é uma medicação chamada Prednisona, que é um esteróide. Deve ser iniciado no primeiro dia do ciclo concepcional na dose de 5mg duas vezes por dia e aumentado para 10 mg duas vezes ao dia com o resultado de um teste de gravidez positivo, mantendo-se a dose até a décima semana de gravidez.
  • Categoria IV

Este grupo de pacientes produz anticorpos antiespermáticos ou contra o fosfolípide fosfatidiletanolamina. Esta mulheres necessitam inseminação intra-uterina.
  • Categoria V

Atividade NK elevada, determonada por dosagem de CD56+ e de CD19+5+. Estas pacientes necessitam de Imunização com Linfócitos Paternos (LIT) e/ou terapia pré concepcional com IgGIV. Os testes que definem esta categoria são:
A: imunofenótipo;
B: Teste de atividade NK;
C: Testes cutâneos para hormônios;
D: Anticorpos anti-hormonais e neurotransmissores;

Para quem teve duas ou mais perdas gestacionais ou falhas em programas de reprodução assistida (fertilização in vitro com transferência de embriões), podem ser resultlado de alterações imunológicas que afetam a fertilidade.

Sobre o Exame de Cross-Match

A avaliação da presença de anticorpos é feita com um exame denominado Cross-Match, que pesquisa a existência de anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe.
Existem diferentes métodos para a detecção desses anticorpos no soro materno, tais como a microlinfocitotoxicidade e a Citometria de Fluxo Quantitativa, sendo somente o último indicado para a avaliação na área de reprodução, principalmente por ser mais sensível e apresentar menos variância entre resultados da mesma amostra.
Os resultados dos exames de Cross-Match são usados para indicar o tratamento e para monitorizar a resposta materna à aplicação das vacinas (ILP).

Sobre a Vacina com linfócitos paternos (ILP)

Há médicos que indicam um tratamento imunológico baseado na utilização de vacinas produzidas com linfócitos presentes no sangue do pai, que são injetados no organismo da mãe com o intuito de estimular, por uma via diferente, a produção de anticorpos contra o HLA paterno, que poderão, assim, ter o efeito protetor numa gravidez subseqüente.
Esta é a teoria que justifica o tratamento de imunização com linfócitos paternos (ILP) para casos de abortamentos de repetição de causa aloimune.
É importante lembrar que todo casal deve passar por prévia consulta com médico especializado antes de qualquer tipo de tratamento. Só o médico é capaz de julgar a necessidade de exames complementares coadjuvantes bem como qual terapêutica será necessária para cada casal.

Em geral, são feitas que 3 aplicações de ILP com intervalos médios de 3 semanas para sensibilizar a grande maioria das pacientes. Em torno de 30% dos casos necessitam de mais uma dose de reforço. Uma vez imunizada, a paciente permanece por volta de 6 meses sem a necessidade de novo tratamento, possibilitando assim durante esse período engravidar espontaneamente ou por métodos de fertilização caso seja necessário. 
Fonte: http://www.crossmatch.com.br/


A seguir, uma entrevista com o Dr. Barini, que é professor da Unicamp e tem uma clínica especializada em Imunologia da Reprodução e "medicina materno fetal".
Pelo que dá para perceber, o tratamento não é um consenso, há questionamentos na comunidade médica, tem alto custo e impactos não avaliados pela aplicação das vacinas.
Vale a pena ler na íntegra para refletir, avaliar, questionar...
Aí cada uma tira sua conclusão... Eu ainda estou pesquisando e não tenho opinião fechada, quer mais antes de uma decisão.


Por que a FIV pode dar errado - Parte II: Fatores Imunológicos

A dificuldade de implantação dos embriões após a transferência e os abortos podem ser resultantes de fatores imunológicos. Por isso, pesquisei alguns fatores associados a isso, para entender melhor porque os meus procedimentos não deram certo e para ajudar outras mulheres.
O embrião é formado geneticamente por 50% de origem materna e 50% de origem paterna. Algumas vezes, a parte paterna pode ser considerada como “corpo estranho” para o sistema imune da mulher e um desequilíbrio entre a rejeição e a proteção feita pelo próprio sistema imune pode fazer com que muitas mulheres não consigam engravidar, ou engravidem, mas percam o bebê.
Existem três grupos de casais com problemas de fertilidade cujas causas possam ser de origem imunológica:
  • Grupo de casais com infertilidade sem causa determinada;
  • Grupo de abortamento de repetição: mulheres que engravidam, mas perdem o bebê (três ou mais abortamentos espontâneos);
  • Grupo de falhas repetidas de implantação: casais que se submetem, sucessivamente, à fertilização assistida (fertilização in vitro) e não conseguem a gravidez.


Do ponto de vista imunológico, deve ser realizado o rastreamento das causas específicas que possam estar impedindo a gravidez como, por exemplo: 
  • investigação de alterações autoimunes da mulher (doença da tireóide, artrite reumatóide, lupus eritematoso, esclerose múltipla, entre outras),
  • pesquisa de tendências genéticas ou adquiridas de tromboses/trombofilias
  • cum exame específico do casal: prova-cruzada ou “crossmatch”.


Pessoal, na sequência vou postando outras informações, pois há muitas dúvidas e controvérsias...



Por que a FIV pode dar errado - Parte I: Fatores principais

A avaliação das falhas de tratamentos por fertilização in vitro é muito complexa e deve ser individualizada para cada casal.
Cada médico tem a sua experiência profissional e obedece rigorosamente o conceito da “medicina baseada em evidências” e nem sempre solicitam todos os exames.
Do ponto de vista médico, isso é compreensível pois nem todos os exames são necessários, mas do ponto de vista do casal, a frustração leva a um questionamento:  por que o médico não pediu estes exames antes?”
Dentre os fatores que afetam a fecundação, segue um resumo da pesquisa complementar por falha da fertilização in vitro:

1)      Embrião

Um problema comum são as eventuais alterações cromossômicas do embrião, que impedem a implantação, principalmente em mulheres com mais de 40 anos, mesmo quando eles têm um aspecto próximo à perfeição no dia da transferência. Para prevenção, existe o exame PGD (Pré-implantation Genetic Diagnosis), traduzindo para o português DPI (Diagnóstico Pré-Implantacional) realizado para diagnosticar anomalias cromossômicas do embrião.
Outro problema é a espessura aumentada da zona pelúcida, a membrana que envolve o embrião, a qual, nessas condições, atrapalha a implantação. Para diagnosticar essa alteração utiliza-se o “Assisted Hatching”, um procedimento realizado pelo laser, que faz pequenas aberturas nessa camada, ajudando na implantação. Essa técnica pode ser também utilizada em embriões fragmentados, retirando os fragmentos e melhorando seu potencial de implantação.
O fator masculino pode ser também responsável pela má qualidade embrionária. Além da repetição do espermograma, outros exames poderão ser realizados ou refeitos. Recentemente, tem sido indicado o exame de Fragmentação do DNA dos Espermatozoides (SCSA – Sperm Chromatin Structure Assay ou teste de estrutura cromatina espermática), que quando está alterado reduz a capacidade reprodutiva dos homens.
Os protocolos de indução de ovulação e as drogas utilizadas podem ter influência direta no número e qualidade dos óvulos e embriões, por isso mudanças nesse aspecto, podem ocorrer. Não há um esquema único de remédios que seja ideal para todas as mulheres. Existem muitos medicamentos de ótima qualidade que são ideais para algumas pacientes, mas não para outras. Nem sempre é possível acertar na primeira tentativa. Portanto, após uma análise criteriosa do ciclo anterior, nova possibilidade pode ser recomendada.
Existem outros exames que avaliam a qualidade dos embriões, como análise do meio de cultura em que eles se desenvolvem no laboratório, aparelhos que avaliam o consumo de oxigênio de cada um e a velocidade de divisão celular (Embrioscópio), além de outros que analisam quais embriões têm maior chance de implantação. Entretanto, ainda é necessário que sejam feitos mais estudos para conclusões definitivas a esse respeito.

2)      Útero-Endométrio

Normalmente a avaliação da cavidade uterina é feita antes dos programas de fertilização in vitro, mas, caso ainda não tenha sido feita, essa investigação poderá ajudar a afastar alterações como pólipos, miomas ou aderências que podem impedir a implantação dos embriões. O melhor exame para essa investigação é a videohisteroscopia (visibilização da cavidade uterina por um endoscópio), que, além de diagnosticar as alterações citadas, pode identificar processos inflamatórios (endometrite) não reconhecidos em outros exames comuns ou a presença de células NK (Natural Killer-CD 56) que em concentrações elevadas podem atrapalhar a implantação dos embriões.
As pacientes que tiveram endométrio fino durante a indução da ovulação nas tentativas anteriores poderão ser beneficiadas com o uso do hormônio estradiol, aspirina e outras drogas vasodilatadoras.
Deve-se ser avaliada a hidrossalpinge, que é consequência de um processo inflamatório que dilata as trompas e provoca a formação de conteúdo líquido no seu interior, prejudica o ambiente uterino, dificulta a implantação dos embriões e aumenta a incidência de abortos.
A dificuldade na transferência dos embriões muitas vezes causa traumas no endométrio e atrapalha a implantação do embrião, principalmente quando este ato for acompanhado de dor. A videohisteroscopia com a dilatação do colo ou simplesmente a dilatação do colo uterino isolada beneficia a próxima tentativa que, preferencialmente, deverá ser realizada com sedação. A transferência embrionária sob a visão do ultrassom traz benefícios ainda maiores, pois permite ao médico observar o trajeto do cateter em direção à cavidade uterina, bem como mostrar ao casal a localização exata da colocação dos embriões
Outro fator seria o nível elevado de Progesterona no dia do HCG. A progesterona tem uma função chave durante a segunda fase do ciclo menstrual e é particularmente importante para a implantação dos embriões e progressão da gravidez. Entretanto, nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV), quando se realiza a estimulação ovariana, se o nível da progeterona estiver elevado no dia da aplicação do HCG, poderá ser responsável pela queda da receptividade endometrial e consequentemente uma diminuição significativa (10%) na probabilidade de gravidez.
Este fato tem sido o foco de interesse há vários anos, motivo de controvérsias e assunto de muitos debates. Várias estratégias têm sido propostas com o objetivo de impedir a elevação da progesterona no dia do HCG, como a utilização de esquemas mais suaves de estimulação ovariana, dando preferência àquelas com associação de LH ou o cancelamento da transferência do embrião(ões) no ciclo da indução (ciclo fresco), seguindo-se da transferência de embriões congelados-descongelados em um ciclo seguinte natural ou artificialmente preparado. Sugere-se ainda que menos gonadotrofina no final da fase folicular ou a administração de HCG mais cedo, antes da elevação da progesterona pode ser benéfico Estas hipóteses devem ser avaliadas em estudos mais extensos.

3)      Sistema imunológico

Os problemas imunológicos podem ser responsáveis pelo insucesso na fertilização in vitro e por abortos de repetição. Alguns autores acreditam que muitos casos de falha são, na verdade, abortos muito precoces que, após um período curto de implantação embrionária, não chegam a ser detectados nos testes de gravidez, não evoluem e são eliminados. Existem controvérsias a respeito desse tema, mas os resultados positivos após a terapia com vacinas têm nos encorajado a prosseguir com esse tratamento, indicado em situações especiais.
Dentre os principais problemas, temos:

a)      Aloimunidade
É resultante de uma alteração do organismo – que curiosamente aparece quando há semelhança imunológica entre o pai e a mãe (e não quando são muito diferentes) – pode ser detectada por um exame chamado Cross Match.
Considerando que todo ser humano possui a capacidade de rejeitar corpos estranhos (e o embrião pode ser considerado como tal, pois traz com ele o DNA paterno), pode ser considerado estranho ao organismo materno.
Entretanto, em condições normais, o organismo da mãe deve produzir um “anticorpo protetor” – chamado de fração HLA-G –, que protege o embrião contra este “ataque imunológico” e impede a rejeição. Quando esse “anticorpo de proteção” não é formado, os mecanismos de agressão imunológica seguem o seu caminho natural, impedindo a gravidez ou mais tarde provocando o aborto.
Cross Match: é um exame que não apresenta comprovação e por isso, a sua indicação deve ser restrita a alguns casos, entretanto pode ser uma opção. Para se realizar essa pesquisa retiram-se amostras de sangue do homem e da mulher e, em laboratório, realiza-se uma prova cruzada entre os dois, para identificar a presença dos anticorpos. Se não estiverem presentes, será necessário o tratamento com vacinas. Esta imunização é realizada com o sangue paterno, do qual são separadas as células brancas (linfócitos) e com elas preparadas as vacinas, depois injetadas na mãe pela via intradérmica. São realizadas duas ou três aplicações com espaço de tempo de três semanas entre elas.
 Após o término dessa série, o Cross Match é repetido e, confirmando a virada do resultado anterior para positivo, uma nova tentativa de fertilização poderá ser iniciada. Se não houver essa virada, uma nova série de duas aplicações será realizada.

b)     Trombofilias
Existem outros exames que avaliam fatores imunológicos e, junto com este grupo de exames, estão as trombofilias. São doenças pouco frequentes e que provocam alterações de coagulação do sangue. Essas alterações não são detectadas em exames de sangue comuns e, quando existem, aumentam a chance de formar coágulos sanguíneos e causar tromboses mínimas capazes de impedir a implantação do embrião ou provocar abortos. Os exames para essa pesquisa são feitos por coleta de sangue em laboratórios especializados e sempre com indicação médica.
São eles:
·         Anticorpos antifosfolípides
·         Anticorpo antifosfatidil – serina (IgG, IgM e IgA)
·         Anticorpos antitireoideanos
·         Anticorpos antinucleares
·         IgA
·         Células NK (Natural Killer)
·         Anticorpo antiespermatozoide
·         Fator V de Leiden
·         Antitrombina III
·         MTHFR
·         Protrombina mutação
·         Hemocisteína
·         Proteína S
·         Proteína C
·         Beta 2 glicoproteína I

A presença dessas alterações no sangue das mulheres sugere causas imunológicas ou trombofilias. Os tratamentos variam de ingerir uma simples aspirina infantil até tomar medicamentos mais sofisticados, como a heparina, corticoides e imunoglobulina injetável.
Embora essa tecnologia não represente garantia no sucesso para a obtenção da gestação, é uma nova alternativa para aqueles que até o momento não tiveram sucesso em tratamentos anteriores.

4)      Endometriose

A associação da endometriose com a fertilidade tem sido alvo de discussão há muitos anos e a videolaparoscopia é o exame que conclui o diagnóstico.
A endometriose pode atrapalhar o resultado de gravidez mesmo nos programas de fertilização in vitro, e por isso, após a falha desses tratamentos, tal possibilidade de diagnóstico deve ser avaliada, mesmo na ausência de sintomas. A endometriose causa infertilidade pelos seguintes efeitos:
  • ·    influencia os hormônios no processo de ovulação e na implantação do embrião;
  • ·   altera também o hormônio prolactina e as prostaglandinas, que agem negativamente na fertilidade;
  • ·   provoca alterações imunológicas – alterações celulares responsáveis pela imunologia do organismo células NK, macrófagos, interleucinas etc.);
  • ·  interfere na receptividade endometrial – o endométrio, tecido situado no interior da cavidade uterina, local onde o embrião se implanta, sofre a ação de substâncias produzidas pela endometriose (ILH e LIF – leukemia innibitory factor), que atrapalham a implantação do embrião;
  • ·    pode interferir no desenvolvimento embrionário e aumentar a taxa de abortamento.






Por que a FIV pode dar errado?

Estou na fase de investigação para saber por que a FIV pode dar errado.
Vou colocar em prática as minhas habilidades de pesquisadora.


Para começar, encontrei um texto bacana no site do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia), com um artigo muito bem esclarecido sobre os fatores que alterar a fertilidade e os tratamentos.

“Aspectos Importantes sobre a Pesquisa e o Tratamento da Infertilidade”, publicado pelo Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi


Também entrei em um fórum, com um post publicado por Maria Lúcia Tomé, chamado “Cuidado especial antes de se correr para uma FIV” que me chamou a atenção.

Vou reproduzir, porque fiquei pensando em 2 problemas comuns que nem sempre são investigados antes da FIV:

1)         Trombofilia
A trombofilia é uma doença relacionada à coagulação do sangue que pode ter influência na fertilidade. Embora a ligação ainda seja considerada incerta no mundo científico, o tratamento da doença costuma melhorar as chances de a mulher ter uma gravidez de sucesso. A doença também estaria relacionada à dificuldade de implantação de embrião ou abortos de repetição. Os coágulos podem diminuir o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a oxigenação dos tecidos, o que é fundamental tanto para que o embrião se fixe no útero, quanto para o seu desenvolvimento.
Para pacientes que tenham passado por abortos recorrentes ou falhas de implantação, o tratamento pode ser feito com uso de anticoagulantes, como a aspirina infantil, ou, nos casos mais graves, a heparina.

2)         Fatores Imunológicos (Aloimunidade e Cross Match)
Acredita-se que o sistema imune materno possua mecanismos para reconhecimento da carga genética diferente de um feto, e com isso, consiga protegê-lo contra a destruição. Haveria, assim, a produção dos chamados anticorpos bloqueadores que protegeriam o embrião recém-implantado no útero. Este tipo de resposta recebe o nome de aloimunidade. Quando não existe grande variabilidade genética entre o homem e a mulher, mesmo que eles não sejam parentes, tais anticorpos não são produzidos, deixando o embrião susceptível ao ataque do sistema imune. Portanto, se existe certo grau de semelhança entre o HLA materno e paterno, tais anticorpos bloqueadores não serão produzidos. Sendo assim, o embrião tem maior chance de ser destruído pelo sistema imune da mãe e o quadro clínico em tais casos poderá ser reconhecido como abortamento de repetição.

Voltando ao post, vou reproduzir o que ela escreveu e depois complementarei:

“Oi, meninas, tenho 37 anos, estou casada há 5 anos, evitei filhos mecanicamente por 3 anos e há 2 anos tento engravidar. Fiz todos os tipos de tratamento e de exames, acompanhada de vários especialistas e nunca aparecia algo de errado comigo ou com o meu marido, mas sempre nada! 
Até que, já desgastados com os procedimentos, tabelas, termômetros, tentamos uma FIV, hoje eu diria por falta de mais informação. Digo isso pois só após o fracasso da FIV é que tomei conhecimento de outros exames mais específicos que poderiam ter sido pedidos muito ANTES, não só para evitar o desgaste emocional, como pelo alto custo financeiro da FIV, muitas vezes intangível para muitos casais, agravado pela perda de tempo precioso quando se passa dos 35 anos. 
Com este veredito gostaria de avisar a todas as mulheres que tentam engravidar em vão, sem causa aparente, que não busquem o recurso da FIV sem antes descobrir detalhadamente quaisquer outros fatores desconhecidos através de exames laboratoriais específicos como os para constatar ou descartar halominunidade, incompatibilidade genética, hipo ou hipertireoidismo, trombofilia como anticardiolipina, anticoagulante lúpico, DHEA e outros. Resultam muitas vezes em alterações passíveis de tratamento medicamentoso, que aumentam em muito as chances de se engravidar naturalmente. Faça sempre estas perguntas ao seu médico desde o começo de qualquer tentativa. Exija aprofundamento das pesquisas desde o começo. 
Não custa nada descobrir antes que se perca mais tempo. Fica aqui o nosso recado, não busque a FIV sem antes pesquisar todas as causas possíveis. Sairá muito mais barato e você entenderá muito mais do que acontece com você e seu organismo. 
Eu ainda não engravidei, pois só agora tomei a vacina e vou começar a tomar heparina, pois constatei apenas recentemente que tenho trombofilia haloimune e quando olho para trás vejo o tempo que perdemos sem esta informação que divido aqui com vocês, numa tentativa de alertá-las a não repetir o mesmo erro. Sabe, a gente tem que fazer certas exigências. Acabou a época em que não se tinha informação. Diga queremos, precisamos, exigimos todos os tipos de exames AGORA, não depois de fracassadas quantas FIVs, etc. Sabe-se que cada caso é um caso, mas QUANDO NÂO SE TEM CAUSA APARENTE a gente tem que ir na frente e EXIGIR mais exames para descartar ou constatar o verdadeiro problema. 
Agora eu vejo como é comum esta possibilidade e poucas de nós sabemos. Precisamos avisar o maior número possível de mulheres, para parar este mecanismo de 3, 4 ou 5 FIVs até se pedir um exame para trombofilia ou haloimunidade, imagine, quanto prejuízo moral, emocional e financeiro!! Agora estamos cheios de fé, pois com este novo e fiel diagnóstico, ficamos mais perto do sonho de segurar nosso bebê no colo. Longe de outra FIV. Boa sorte para você também!!!

A partir de agora, me concentrarei na análise do que mais afeta o sucesso da FIV e estes depoimentos são importantes.

Para saber mais, tem outros post que deixei aqui no blog sobre o assunto:
http://meudiariodafiv.blogspot.com.br/2013/11/por-que-fiv-pode-dar-errado-motivos-da.html


O Beta pode dar errado?



Até fiquei pensando, será que o resultado do Beta pode dar errado? Sei lá, algo para eu ter esperança depois do negativo, algo a que eu pudesse me apegar... Infelizmente, não!

A título de esclarecimentos, seguem informações sobre o Beta HGc

 
 

O exame Beta hCG

Os testes de gravidez, em geral, são baseados na detecção e medição dos níveis de beta hCG, que podem ser medidos no sangue ou na urina, sendo destinado a indicar a presença ou ausência de um embrião implantado.

O beta hCG é um exame de sangue para detecção e medição dos níveis hormônio Gonadotrofina coriônica humana (hCG). Este é um hormônio de glicoproteína produzido na gravidez que é feito pelo embrião logo após a concepção e mais tarde pelo sinciciotrofoblasto (parte da placenta). Seu papel é o de impedir a desintegração do corpo lúteo do ovário e progesterona, assim, manter essa produção é crítico para a gravidez em seres humanos.

O exame beta hCG de sangue é feito utilizando 2.4 ml de sangue venoso, e pode detectar níveis bHCG tão baixos quanto 5 mIU / ml e permite a quantificação da concentração de bHCG.

A capacidade de quantificar o nível bHCG é útil no acompanhamento das células germinativas trofoblástica e tumores, cuidados comuns após um aborto, e no diagnóstico e acompanhamento dos cuidados pós-tratamento de gravidez ectópica.

 
Quando fazer o bHCG?

Esta é uma das perguntas mais comuns quando não se sabe se está grávida ou não. Vale lembrar que na gravidez inicial, a concentração de bHCG no plasma materno duplica a cada 3 dias.

Sendo assim, o exame bHCG de sangue apresenta resultados positivos de 8 a 10 dias após fecundação, pois o ovócito ao ser implantado no útero, imediatamente inicia a produção do hormônio gonadotrofina (bHCG). Para o exame de urina o ideal é fazer de 12 a 15 dias depois, pois é necessária grande quantidade do hormônio para a identificação positiva e evitar um falso negativo.
 

Diferença entre bHCG Quantitativo x bHCG Qualitativo

Esta é uma dúvida comum, mas é bem simples: a única diferença entre os dois é que o bhcg quantitativo fornece o resultado em valores, isto é, 100, 5000, 15497 mUI/mL etc. Já o bhcg qualitativo fornece o resultado em positivo ou negativo. Simples assim. Os exames de farmácia usam o formato qualitativo e não diferenciam os percentuais, por isso é sempre importante fazer o exame quantitativo no laboratório.


Tabela hCG

A tabela hCG mostra a evolução do hCG no sangue a partir do momento que ocorre a implantação.

Ressalta-se que cada laboratório pode ter seus próprios valores de referência e você sempre deve consultar a tabela do laboratório. A tabela abaixo é a mais comumente achada.
 

Gonadotrofina coriônica - Beta HCG
Semanas
Valores (mUI/mL)
1 semana
5 a 50 mUI/mL
1 a 2 semanas
50 a 100
2 a 3 semanas
100 a 5000
3 a 4 semanas
500 a 10.000
4 a 5 semanas
1000 a 50.000
5 a 6 semanas
10.000 a 100.000
6 a 8 semanas
15.000 a 200.000
2 a 3 meses
10.000 a 100.000

Análise do Resultado
Resultado (mUI/mL)
Situação
Até 49 (mUI/ ml)
Negativo
10 a 100 (mUI/ ml)
Indeterminado
Acima de 100 (mUI/ ml)
Positivo
Mulheres após a menopausa
Menos de 9.5





Exemplos de uso das tabelas acima:

 

 

1) Fernanda fez o exame bHCG de sangue 5 dias após ter relações com o parceiro. Quando buscou o exame o resultado foi 78,2 mUI/ ml. Fernanda está em dúvida se está grávida ou não? 

Explicação: O que acontece neste exemplo é que Fernanda não esperou os 8 a 10 dias recomendados para realizar o exame de sangue hCG. O resultado obtido é muito baixo para determinar se ela está grávida e também é muito alto para dizer que é negativo. Resultado? Não tem como saber ainda. Fernanda terá que ficar mais alguns dias apreensiva e realizar um novo exame.


 
2) Daniela fez o exame bHCG de sangue 13 dias após ter relações com o parceiro. Quando buscou o exame o resultado foi 958,4 mUI/ ml. Daniela está em dúvida se está grávida ou não.

Explicação: Sim, Daniela está grávida de 2 a 3 semanas. Como saber? Bom, o valor obtido por Daniela foi de 958,4 mUI/ ml e os valores de referência mostram que entre 100 e 5000 a gravidez é de 2 a 3 semanas. Sendo assim Daniela está mesmo grávida!



3) Mariana fez o exame bHCG de sangue 2 semanas e meia após ter relação com o parceiro. Quando buscou o exame o resultado foi de 16.545,62 mUI/ ml. Mariana está em dúvida se grávida ou não?

Explicação: Com certeza! Mariana está grávida e muito provavelmente já está sentindo alguns dos efeitos da gravidez.
 


4) Diana fez o exame bHCG de sangue 2 semanas e meia após ter relação com o parceiro. Quando buscou o exame o resultado foi de 15 mUI/ ml. Diana está em dúvida se grávida ou não?

Explicação: Não, Diana não está grávida. Os valores beta HCG são muito baixos para apresentar gravidez.

 
É isso, espero ter ajudado.
 

 

D15 - O que vem depois do Negativo

Pois é, agora é hora de juntar os cacos, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Parece fácil, mas vai ser mais um processo doloroso. Como dizia minha professora de etiqueta, "cabeça erguida, posição ereta, olhando para frente".
Este ano tem sido cheio de desafios. Atenção, gente, momento desabafo mesmo...
Depois de passar por momentos difíceis no casamento, fiz em fevereiro uma videolaparoscopia para avaliar se havia focos de endometriose. Não havia afetado nada e poderia continuar com o tratamento para reprodução assistida.
Em março, já comecei a me preparar para os procedimentos e as injeções para estímulo à ovulação começarão em abril. Depois do hiperestímulo com os medicamentos, me preparei para a transferência posterior dos embriões congelados, que aconteceu em julho.
Na minha cabeça, eu tinha que ser recompensada por tantas provações com a gravidez, mas não é assim que a vida funciona.
Não sou religiosa e, penso que se fosse, talvez isso me trouxesse algum conforto na alma. Mas quero esclarecer que não sou contra religiões e por isso sempre tive fé, o que são coisas diferentes, pois a fé é um estado de espírito. Isso tenho e vou manter minha fé até conseguir engravidar.
Os post a partir de agora serão meio deprê. Desculpe para quem está acompanhando, mas agora começará a minha saga para entender porque a FIV não deu certo, o que pode haver de errado comigo.
Obrigada a quem estiver me acompanhando, pois a solidão deste momento é imensa...



D14 - Não acredito: NEGATIVO!

Gente, que decepção! Fiz o Beta e deu negativo. Não consigo traduzir minha tristeza em palavras...
Ontem, depois que escrevi o post, passei na minha médica, parei tudo o que estava fazendo e fui no laboratório fazer o exame. Meu marido foi comigo pois estava tão curioso quando eu.
Eu estava com tanta confiança no positivo, foi super tranquilo, fizemos por volta de 11:30h e disseram que o resultado estaria na internet às 17h.
Fui ao trabalho para me distrair com os problemas do dia-a-dia, aguardando o horário.
Pontualmente chamei o meu marido, que trabalha na sala ao sala  e vimos o resultado juntos. Quando apareceu 2,0 - NEGATIVO, congelei. Não podia crer.


O pior é que estava no trabalho e tivemos que fingir que nada tinha acontecido.
Perdi o chão...
Imediatamente enviei um email para a médica, que rapidamente responder para suspender a medicação e que quando o embrião não implanta pode haver um problema genético.
Agora quero entender os motivos pelos quais a FIV pode dar errado e o que é este tal de problema genético.
Continuei trabalhando até às 21h, pois na faculdade este é o horário de maior movimento de alunos e tive que atendê-los com o sorriso no rosto e o coração despedaçado.
Assim que saí do prédio, com meu marido, não aguentei e chorei até chegar em casa... Ele tem sido compreensivo e quer muito um filho. Eu quero dar isso a ele e me senti incapaz.
A sensação de fracasso para a mulher é muito grande. Fico pensando que posso conquistar muitas coisas profissionalmente e materialmente, mas não sou capaz de gerar um filho.
Sei que muitas mulheres passam por isso e não desistem. Eu não vou desistir.
Tenho mais 3 embriões congelados e eles logo se tornarão lindos bebês.
O que tentarei entender agora é como é a vida depois do "negativo". Também quero saber por que deu errado?
Sinto inveja quando vejo algumas mulheres no sinal, pedindo dinheiro, morando nas ruas e usando crack com um barrigão e penso: que injustiça. De fato, o mundo é cruel.
Um desabafo, pois depois de um trabalho que é tão custoso não apenas em termos financeiros, mas principalmente físico e emocional, vou me dar ao direito da revolta e tristeza.