Meninas, como prometi desde que criei este blog, contarei
aqui todas as minhas emoções e o que vou aprendendo nesta saga, um misto de
confissões, desabafo, experiência e informações que recebo dos médicos (mas
sempre deixando claro que sou leiga, com discernimento sempre). Entrei na 4ª
semana e não tenho nenhum sintoma de gravidez e isso mantem minhas neuroses de
sempre (nunca escondi isso de vocês, não é só resultado da FIV!!!!)
Por isso, sempre vou narrar em primeira pessoa todas as comemorações
de cada uma das fases com as conquistas e, como é um processo de muita
ansiedade e expectativa, vou contar aqui também os meus medos e encanações.
Será sempre “sem filtro”, ou seja, não me importo com julgamentos, quero apenas
registrar minha história e acalmar mulheres que passam pelo mesmo processo.
Já adiando, este não será meu post mais popular – e depois
perceberão isso... (rs), mas é parte da minha proposta da sinceridade de
sentimentos e pontos de vista, sempre com abertura para o diálogo.
Percebi, em todo este processo louco de FIV, que informação
é muito importante. Há muita coisa bacana na internet e não vivemos mais sem
uma “pesquisinha básica” na rede, mas também devemos tomar cuidado com o que é
divulgado em um espaço livre como é a web, onde nem sempre pesquisas e dados
são comprovados, há fontes pouco confiáveis porque qualquer um vira autor.
Sinto isso na minha prática profissional quando oriento os trabalhos de
conclusão de curso na faculdade, tanto graduação como pós-graduação e vejo que
as pessoas reproduzem coisas que estão em sites com baixíssima ou nenhuma
reputação técnica ou validade acadêmica. Assim, é preciso muita cautela ao
consultar o Dr. Google.
A internet tem um lado maravilhoso que é permitir que todos
nós possamos nos expressar – e estou escrevendo neste blog graças à esta
maravilhosa oportunidade – mas por outro lado, também abre espaço para
informações desencontradas, plágio, dados equivocados, senso comum travestido
de verdade científica, preconceitos, misoginia, retrocessos intelectuais por
obscutarismo religioso e ataques à reputações pessoais. Há muita coisa deste
tipo nas redes sociais e as pessoas esquecem das consequências jurídicas disso.
Vejam o caso recente com a pergunta do ENEM sobre Simone De Beauvoir e a
redação sobre violência contra mulher que causou tanto furor nos conservadores
de plantão, que ignoram todos os avanços da mulher na sociedade, nossos
direitos e vitórias contra o preconceito no que se refere à questão de gênero.
No caso do plágio, já encontrei muita coisa minha – sobre
meus artigos acadêmicos e material de pesquisa – divulgados na web sem minha
autorização, infringindo os direitos autorais e não são poucos os casos. Não
vou relatar aqui para manter o sigilo. Outro caso que fiquei sabendo
recentemente foi por meio de uma denúncia anônima que uma mulher em Fortaleza
estava usando o meu material para dar treinamentos/workshops e cobrava por
isso, tirando apenas meu nome e colocando o dela. Já estou tomando as
providências processuais com o advogado, mas é muito chato.
Achei até vários blogs com cópia (e outros com paráfrases)
dos meus posts. Pasmem, alguns eram bem pessoais e a pessoa apenas “adaptou”
meu relato e escreveu como se fosse dela. Bem chato isso...
Outra coisa são os fóruns. Sei que muita gente pode se
ofender com o que vou escrever, mas tem muita falta de informação. Há muita
crendice e credulidade. Vejam, não estou questionando a fé e sim o fato das
pessoas se apegar a informações sem questionamento ou fontes confiáveis. Não é,
de forma alguma, um preconceito contra as pessoas que não possuem formação
acadêmica, muito longe disso, mas um alerta para não tomarmos como verdade tudo
o que lemos. O melhor é sempre buscar o apoio do médico, que deve ser de
confiança – e também acessível. Nosso coração fica tão apertado de angústia
pelo medo de perder nossos embriões e ter um apoio profissional é muito
importante.
Gente, não é para acharem que acordei “de mal com o
mundo”.....kkkkkkk.... Era só para dizer que, como a cada fase temos nossas
dúvidas e medos, vou reproduzir aqui tudo o que sentir.
Estou bem ciente das possibilidades de abortamento ou falha
de implantação, mesmo após o Beta Positivo. Estou comemorando e vibrando com
cada uma das fases, vivendo intensamente.
Mas quando dá aquele medo, com um pequeno sangramento, uma
cólica ou qualquer sintoma, corremos para a internet, que é um mundo de
informação e ao mesmo tempo, fala tão pouco sobre nosso caso em particular. Nem
sempre tem informação médica com qualidade, às vezes em alguns sites de
clínicas, como o IPGO que tem coisas legais.
Há poucos sites com informações médicas ou artigos
especializados. A maioria dos resultados por busca aparece nos fóruns, como o
E-Family ou BabyCenter, em que conseguimos informação por meio de relatos, mas
também há “desinformação” porque encontramos pessoas abaladas com seus
tratamentos ou passaram por episódios estressantes. Claro que o ambiente de
solidariedade nos ajuda, mas são pessoas como eu, que sou leiga nos aspectos
médicos e por isso tomo muito cuidado ao publicar informações aqui.
Mas tenho que ressaltar a importância da cumplicidade
destes fóruns, não é uma crítica a eles, mas um comentário sobre os nossos
medos nesta fase após Beta quanto a um possível aborto e a dificuldade em
encontrar informações confiáveis, mesmo porque cada caso é diferente, com um
histórico pessoal e o melhor é sempre procurar o médico, a pessoa que nos
ajudará.
Por isso vou compartilhar o que sinto e espero poder ajudar com
esta “solidariedade” a quem aparecer por aqui, a partir do que estou vivendo,
inseguranças e descobertas. De coração, agradeço muito pelo apoio de quem está
sempre aqui comigo, é muito especial poder ter pessoas queridas que
virtualmente – sem nenhum interesse ou mesmo vínculo – torcem por você.
Meu obrigada, a tod@s, mais uma vez!
P
.S. Como parte da loucura desta fase, vou postar a seguir
todas as minhas encanações, ok? Não me exclui das pesquisas no Dr. Google. Faço
parte do que escrevi acima, “no filter”.
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