Pois é, tudo ia bem, depois dos traumas iniciais eu começava
finalmente a me sentir verdadeiramente grávida e começa a planejar enxoval do
bebê, até que algo aconteceu nesta semana que mudou todos os planos.
No domingo, não lembro se comentei, comecei a sentir muitas
dores e até então achei que eram normais devido à expansão do útero (ou as chamadas "contrações de treinamento") e que no me
caso, seriam mais intensas pelos miomas gigantes, que são 3 com cerca de 9,0 cm
de diâmetro cada.
Porém, na segunda, quando fui trabalhar, senti estas dores
intensas o dia todo e à noite persistiram. Fui para casa repousar pois tinha
consulta cedo com a minha médica (não sei se comentei, estou com duas e depois
conto isso).
Chegando lá, ela perguntou se estava tudo bem e se nunca
mais tinha passado por sangramentos. Aí relatei minhas dores e ela ficou
extremamente preocupada. Me deu a maior bronca porque fui trabalhar e por 3
dias estava dirigindo. Sempre tomei cuidado e ela mesmo tinha me liberado para
trabalhar.
Imediatamente, ela fez um atestado de 15 dias para me
afastar do trabalho e uma carta para o INSS para ficar em casa até o parto. Ou
seja, ela estava dizendo que do consultório eu iria para casa e só voltaria a
trabalhar depois que o bebê tivesse nascido e minha licença vencido.
O choque não foi o atestado, mas por saber que meu caso é,
como ela disse, de “alto risco” devido aos miomas. Já disse que não tem como
ser parto normal e que não sabe se conseguirei passar das 30 semanas. Que faremos
o possível para preservar meu útero no parto, mas se não tiver como, ela tem
que ser sincera e me avisar que este é um risco.
Meu chão desapareceu e eu nem consegui falar nada. Fiquei
estarrecida. O meu bebê corre risco, mas segundo ela, não posso sentir
contrações com risco de rompimento dos miomas que são intramurais (estão no
meio do tecido do útero, que é um músculo).
Ela fez o exame de toque, ouviu o coração do bebê a 160 bpm
e disse tudo estar ótimo, mas que o meu útero está muito expandido pelos miomas
e o repouso é inevitável. Também descobri que o bebê está sentado e por isso
sinto os chutes bem lá embaixo, o que – além de todos os outros fatores que já
tenho – gera maior desconforto para a mãe.
Com o atestado na mão, fui para casa atônita. Tentei avisar
no trabalho meu diretor, mas como era um dia tenso, com um monte de demissões,
estava uma choradeira nos corredores do trabalho, que peguei minhas coisas e
fui para casa. Melhor conversar com ele em momento oportuno, que será amanhã.
Mas a história não acaba aí. Tudo isso foi na terça e voltei
para a casa. Ontem, quarta, fiquei no repouso e, por volta de 17h, comecei a
sentir dores nas costas e contrações. Meu marido sai para trabalhar e fiquei
vendo TV, depois de tomar Buscopan. Ele chegou por volta de 23h, não quis
assustá-lo, mas avisei das dores. Ficamos assistindo uma série que gostamos, na
esperança que dor passasse, mas pelo contrário, pioraram. Então fomos ao
hospital.
Para detalhar, o que senti:
- Dor nas costas (lombar) constante
- Dores no baixo ventre, de veze em quando com pontadas como
cólica, mas mais forte
- A barriga ficava dura – e os intervalos foram diminuindo
para 15 minutos entre uma e outra
Eu estava preocupada porque a médica disse que eram sinais
do meu corpo se preparando para um parto.
O médico do plantão, que rapidamente nos atendeu, fez o
exame de toque, disse que não tinha dilatação e nem sangramento e, pela idade
gestacional, não eram contratações, mas que os miomas tornavam minha gestação
de alto risco. Fiquei tomando mais uma dose de soro com Buscopan lá no hospital
– e como tinha acabado de tomar 40 gotas, foi uma overdose que me deixou
grogue. Fui para casa dormir.
Eu tinha enviado um WhatsApp para a médica que retornou hoje
cedo e pediu para tomar as seguintes medicações:
- Aumentar a dose de Utrogestan 200mg de 2 cápsulas por dia
para 3 vezes ao dia
- Tomar Buscopan Duo a cada 6 horas – e intervalar com
Dactil OB a cada 6 horas (pois com o intervalo, estou a cada 3 horas me
protegendo com uma medicação
- Tomar muita água, no mínimo, 3 litros por dia.
E foi isso, hoje fiquei em casa de repouso, tentando me
desligar do trabalho e cuidar do corpo e do bebê.
Torçam por mim, realmente nunca senti tanto medo porque o
risco de aborto (antes das 22 semanas) ou parto pré-termo é muito grande. Tudo
o que sempre temi está acontecendo, mas tenho fé que é apenas uma fase, não
vejo a hora de ter o bebê no meu colo. Bjssss
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