É inegável que a ciência
nos ajuda nesta longa jornada para conseguir a tão almejada gravidez. Nem vou
questionar aqui os motivos que nos levam a ter filhos mais tardiamente (até
poderia fazer uma autoanálise sobre os motivos egoístas que me fizeram pensar
na carreira, mas não vem ao caso...)
A fertilização melhor as
estatísticas, mas não é infalível. Quando dá certo, maravilha! Quando não
acontece, muitos médicos recomendam sucessivas tentativas, o que é muito
desgastante ao casal e é por isso que estou à procura de respostas após a 1ª
FIV frustrada.
Se deu certo, é só
esperar o bebê chegar. Se deu errado, o que pensar? Se fiz tudo o que o médico
orientador, onde está o erro? Qual seria uma explicação convincente?
Reproduzo aqui o trecho
de um artigo disponível no site da Clínica Nilo Frantz, que traz
esclarecimentos...
Abaixo algumas das
causas mais comuns que levam a falhas na fertilização in vitro temos:
Alterações imunológicas
Existe um grande número
de anormalidades no funcionamento do sistema imunológico que podem impedir a
adequada implantação de embriões no ambiente uterino.
Através da realização de
exames de sangue altamente especializados, é hoje possível diagnosticar e
tratar tais alterações.
Depois de adequada investigação, frequentemente são
diagnosticadas elevações nos níveis de células natural killers (NK) ou de
anticorpos do tipo anti-fosfatidilserina, anti-cardiolipina,
anti-tireoglobulina, entre outros.
Além da síndrome anti-fosfolípides, mutações
em genes como o MTHFR, da protrombina e do fator V de Leiden também podem ser
avaliadas.
Os tratamentos variam desde o uso de comprimidos de ácido fólico,
prescrição de corticóides, até a necessidade do uso diário de injeções
subcutâneas de enoxaparina sódica. Em alguns casos específicos, pode estar
indicada a administração de imunoglobulina humana endovenosa ou de imunizações
com linfócitos paternos.
Alterações uterinas
Através de exames como a
ultra-sonografia transvaginal de alta resolução, a histerossonografia, a
ressonância nuclear magnética, a histerossalpingografia e a histeroscopia é
possível diagnosticar e tratar problemas que levem às falhas de implantação
embrionária.
Anormalidades como endometrite, pólipos endometriais, miomas
submucosos ou sinéquias podem ser identificadas e tratadas.
Alterações cromossômicas
e genéticas
Significativo percentual
dos embriões gerados, seja naturalmente, seja mediante tratamento, apresenta
anomalias em seus genes ou cromossomos, o que acabar por impedir o
desenvolvimento de uma gestação normal (sucessivos abortamentos ou repetidas
falhas em fertilizações in vitro).
Além da análise por cariótipo do homem e da mulher, hoje dispoe-se de uma série
de métodos capazes de identificar o problema. Destacam-se o estudo do material
nos casos de abortamento, o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD/PGS) e
o array-CGH, estes últimos capazes de rastrear alterações cromossômicas e
gênicas no estágio embrionário, antes mesmo da implantação da gestação no útero
da futura mãe.
O método array-CGH, por exemplo, está permitindo revelar
milhares de alterações gênicas que até então não eram nem sequer suspeitadas.
Algumas começam a ser descobertas e descritas na literatura médica somente
agora. Este exame, quando indicado, analisa embriões no estágio de blastocisto
(5º dias pós-fertilização in vitro) e exclui alterações gênicas imperceptíveis
no estudo do cariótipo, elevando assim a taxa de gestação para até 60% por
tentativa.
Alterações na qualidade
dos gametas (óvulos e espermatozóides)
A qualidade dos gametas
femininos (óvulos) e masculinos (espermatozóides) influencia diretamente nas
taxas de gravidez.
Basta uma ser alterada
para não ocorrer a fecundação ou haver o desenvolvimento inicial de um embrião
que não resultará em gestação evolutiva.
No caso dos óvulos, verifica-se com o
passar da idade o aumento no percentual de anômalos. Tal queda na qualidade se
acentua após os 35 anos. Mas, mesmo mulheres jovens podem ter problemas desta
ordem. Fatores agravantes são o tabagismo, o uso de drogas, o contato com
substâncias químicas tóxicas e uma alimentação inadequada, sobretudo, a
ingestão frutas e verduras com pesticidas.
No caso do homem, verifica-se no
exame espermocitograma uma parcela significativa de distúrbios na quantidade,
na motilidade e/ou na morfologia dos espermatozóides. Exames como o teste de
fragmentação do DNA espermático, por exemplo, podem quantificar se há ou não um
comprometimento acentuado na cromatina. A superampliação da imagem dos
espermatozóides em até 16 mil vezes (técnica denominada de IMSI ou, no Brasil,
de super-ICSI) tem auxiliado os embriologistas a selecionarem os melhores
espermatozóides.
Um dos principais
quesitos para o sucesso do tratamento é o controle rigoroso da qualidade
vigente no laboratório de reprodução assistida. Os investimentos em
equipamentos e insumos, bem como na constante qualificação da equipe são
fatores que, embora não estejam ao alcance da avaliação dos casais, tem
estreita relação com o sucesso dos ciclos de fertilização in vitro.
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