domingo, 14 de dezembro de 2014

Refletindo sobre as emoções durante uma FIV e a reação ao negativo no Beta

Meninas, para quem está acompanhando, sabe que fiz a punção na sexta, mas já tinha combinando com o médico que vamos congelar os embriões para transferir a partir de fevereiro, quando tiver uma liberação de especialistas quanto as meus miomas (que são grandes, para confirmar se não terei gravidez de risco).

Como não vou transferir agora, não estou tomando nenhuma medicação e estou me sentindo bem fisicamente após a punção nesta 2ª FIV, bem diferente do processo anterior, já que tinha passado muito mal com o hiperestímulo. Tenho tentado repousar (o quanto minha teimosia deixa, como diz meu marido... rs) e tomar líquidos, comer proteína e também tomando Whey Protein que já usava após exercícios da academia, mas agora não posso fazer nenhuma atividade física, é mais para recuperação do procedimento de retirada dos óvulos.
O problema é que a cabeça está a mil. Já sou naturalmente ansiosa e não consigo segurar o mal estar. Deveria aproveitar o domingo para finalizar meu capítulo do livro que devo entregar amanhã (além do trabalho, também tenho algumas atividades acadêmicas de pesquisa), só que não consigo. Ai, maldita ansiedade...

Aí parei para refletir sobre a experiência anterior do negativo no Beta, para avaliar se estou de faltou mais preparada para outro neste ciclo. Tenho consciência das estatísticas do tratamento, mas todas nós pensamos primeiramente que vai dar certo. Após a transferência, em geral, saímos da clínica nos sentido grávidas, mesmo que não tenha sido comprovado pelo exame, mas é um efeito psicológico, um estado de espírito, que cultivamos nos 14 dias seguintes. O problema é quando o destino nos tira isso. Posso dizer que é uma sensação de luto.
Aí podemos perguntar: como ter a sensação de luto por algo que não se teve. Em nossa mente e coração, tivemos sim. Nestes dias entre a transferência e o exame Beta, nos comportamos como grávidas, pois todo o processo é para isso. Não queremos outro resultado. Aí o choque do negativo nos tira o chão.

Resolvi pesquisar em alguns blogs de outras meninas para saber como reagem – no meu caso, fiquei um ano “paralisada” com o primeiro negativo, horrível, não queria falar sobre o assunto ou ler a respeitado, evitada festas de crianças ou contato com mulheres grávidas.
É sempre uma mistura de emoções: expectativas, cobrança (da sociedade, da família e de nós mesmas), o medo, a frustração — tudo isso faz parte da vida de quem persegue, incansavelmente, a busca pelo sonho de realizar o que nos traz o instinto materno.

Tudo isso faz do resultado negativo uma das piores notícias que já recebemos na vida. As reações são variadas: algumas desistem, outras se apegam à fé, seja na religião, na ciência ou na sorte.

Encontrei alguns blogs e me identifiquei...

http://minhamaequedisse.com/2012/08/fertilizacao-in-vitro/

http://brasil.babycenter.com/thread/679141/como-superar-a-decep%C3%A7%C3%A3o-ap%C3%B3s-um-negativo

http://aconchegando.com/2012/02/22/segunda-tentativa/



São muitos relatos Também achei um artigo com uma pesquisa interessante. O trabalho foi apresentado no XXIX Encontro Mineiro de Ginecologistas e Obstetras, XI Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Região Sudeste da FEBRASCO, Belo Horizonte - Maio de 2004, com o título “Elaboração do luto da criança não concebida”:
http://www.procriar.com.br/uploadfile/Elaboracao_do_Luto_da_Crianca_nao_Concebida.pdf


Bom, o que fica de tudo isso é que sempre os blogs no final mostram uma história de sucesso. Demora um pouco, alguns relatos de momentos dolorosos, mas que depois valem a pena. É isso que tem me movido: a esperança de concretizar o sonho de ser mãe.


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