domingo, 3 de janeiro de 2016

Uma das possíveis causas dos sangramentos, do cóagulo subcoriônico e do descolamento da placenta: os miomas


Depois do episódio deste final de semana em que tive novo sangramento e muito intenso com o diagnóstico de descolamento da placenta (que já relatei no post anterior), uma das possíveis causas para que ele tenha acontecido são os meus miomas, que são bem grandes (3 gigantes, um direito intramural, um posterior submucoso e outro na entrada do colo do útero, subseroso – que a médica que faz meu pré-natal disse ser um “mioma parido” que, devido às características e localização, sangra mais facilmente). Ambos ter cera de 10 cm de diâmetro cada.
Este tal de “mioma parido” surgiu com os hormônios que tomei nesta última FIV. No dia da punção, a médica que extraiu os óvulos disse ser um pequeno pólipo. Fiquei tranquila porque ela disse ser muito pequeno, mas logo à entrada do canal uterino. Quando fiz os primeiros ultrassons, ainda na clínica de reprodução, já deu para perceber que ele estava crescendo.
A médica que está fazendo o pré-natal  disse que estava bem grande e que suspeitava não ser um pólipo, mas um mioma parido. Acho que até comentei aqui, que ela mencionou ser preocupante o crescimento porque ele pode forçar a abertura do útero e parto prematuro, que se isso acontecer, temos que extrai-lo ainda durante a gravidez, o que é bem arriscado. Fiquei com medo mas estou com pensamento positivo que não acontecerá isso.
Aí fui pesquisar sobre mioma parido na internet. Vixi, tem umas imagens e vídeos bem nojentos, dá um frio na barriga. Tem um vídeo em que mostra a extração – atenção, é para quem tem estômago, já aviso antes: https://www.youtube.com/watch?v=WsVP5mZDzIY
o médico que me atendeu no hospital acha que o mioma intramural cresceu muito com os hormônios e “empurrou” a placenta, gerando o coágulo e o descolamento. Realmente não sei a explicação, só quero que tudo volte ao normal, placenta, bebê e gestação!
Em linhas gerais, o que encontrei nesta pesquisa sobre miomas (já tinha escrito mais em outros posts). Fiz tipo perguntas e respostas para facilitar.
 
  • Todos os miomas são iguais?
Não, existem 3 tipos de miomas que são classificados quanto à topografia e localização:
- Subseroso (localizado na camada mais externa do útero, relacionado mais raramente aos sintomas de sangramento. O principal sinal é o aumento do abdômen).
- Intramural (localizado dentro da camada muscular do útero e são os mais comuns).
- Submucoso (próximo à camada interna do útero, sendo os mais sintomáticos e quase sempre causam sangramento. Eventualmente, ele pode sair pelo orifício do colo uterino, caracterizando o chamado "mioma parido").
Portanto, o mioma parido é aquele que está exteriorizado da cavidade uterina para vagina.
 
  • Quais as causas do surgimento dos miomas?
As causas são desconhecidas, mas sabe-se que os miomas originam-se de uma única célula, que começa a se multiplicar desordenadamente, e origina o tumor. Por isso, acredita-se que exista alguma base genética.
 
  • O que leva ao crescimento dos miomas?
O crescimento desses tumores ocorre por ação do estrogênio, um hormônio feminino de extrema importância, e isso pode explicar o seu desenvolvimento durante a fase reprodutiva da vida da mulher, a sua inexistência antes da puberdade e a redução de tamanho após a menopausa (quando os níveis de estrogênio diminuem). Qualquer coisa que leve a um aumento dos níveis de estrogênio pode fazer com que o mioma tenha um crescimento maior e mais rápido.
 
  • Os miomas podem aumentar durante a gravidez?
Eles podem aumentar significativamente de tamanho durante a gestação, devido aos altos níveis hormonais.
 
  • Por que os miomas geram sangramentos na gravidez?
Esta é a pergunta mais importante e não encontrei uma resposta satisfatória. Infelizmente. O que compreendi é que a gravidade do sangramento não se relaciona com o tamanho do mioma, mas sim ao lugar em que o mioma está no útero.
Assim, pode-se ter um mioma enorme no meio do músculo que não sangra e, ao contrário, um mioma bem pequeno na superfície da cavidade interna do útero que pode sangrar muito.
No meu caso, o problema é que o aumento dos hormônios com a gravidez geram também o aumento de tamanho dos miomas, que invadem a camada uterina e a abaulam, levando ao deslocamento da placenta (no caso do mioma intramural, que se expandiu para dentro do útero). No caso do mioma em parturição, que fica na entrada do útero, ele sangra com o atrito da introdução da medicação ou com o movimento do corpo. Não dá para ter certeza neste momento se irão crescer mais, apenas monitorar.
 
  • Quais os riscos da presença do mioma durante a gravidez?
O mioma pode aumentar o risco de parto prematuro, sangramentos, dificuldade no parto e aborto espontâneo logo nos três primeiros meses de gestação.
Em alguns casos, as mulheres que têm mioma na gravidez contemplam uma gestação saudável e o tratamento de embolização do mioma é iniciado após esse período, mas cada caso deve ser analisado por um médico especialista.
Alguns dados para gestantes com miomas:
- O risco de sangramento no primeiro trimestre é duas vezes maior
- O risco de cesariana é seis vezes maior.
 
  • Qual a relação entre mioma e aborto ou parto prematuro?
A gestante deve ter um controle mais rigoroso para evitar riscos como trabalho de parto prematuro e aborto espontâneo. Estes dois eventos ocorrem mais quando os miomas crescem significativamente de tamanho e quando os miomas se localizam próximos à placenta.
Esta localização dos miomas próximos à placenta também aumenta consideravelmente a incidência de descolamento prematuro de placenta. A incidência de descolamento prematuro de placenta pode chegar até 60% em miomas com esta localização, contra 2,5% para miomas em localizações diferentes.
 
  • O mioma na gravidez afeta a saúde do bebê?
Não. Durante a gestação não existem evidências que o crescimento ou saúde do bebê sejam afetados. Pode trazer outras complicações, como impactos para formação de coágulos, deslocamento da placenta e sangramentos, mas não atingem diretamente o bebê.
 
  • As gestantes com mioma apresentam sintomas?
Algumas podem sentir mais dor do que as que não têm esse problema, mas não é uma regra. Como os miomas aumentam, deve ter acompanhamento para diminuir o desconforto e evitar cesária (embora a incidência com a necessidade seja maior, de acordo com cada caso e localização dos miomas).
 
  • É possível tratar o mioma na gravidez?
Não é recomendado, apenas em casos extremos. Durante a gravidez o médico irá apenas acompanhar a evolução do mioma para evitar problemas de saúde e alguns casos recomenda algum remédio que pode ajudar a aliviar os sintomas, mas o tratamento somente após a gestação.
 
Quais são os tratamentos do mioma na gravidez?
Os tratamentos do mioma são: clínico, cirúrgico ou intervencionista. Vejamos um pouco mais sobre cada um:
- Tratamento Clínico, conhecido também como tratamento medicamentoso, que pode ser com a anti-inflamatórios (que minimizam dores e sangramentos, mas não diminuem o mioma) ou análogos do GnRH (hormônio que simulam a menopausa, diminuindo o mioma, mas não é um tratamento definitivo).
- Tratamento Cirúrgico, que pode ser com histerectomia (retirada total do útero, sem risco de reincidência) ou miomectomia (retirada do mioma por meio de técnicas diversas, mas há risco de retorno do mioma).
- Tratamento Intervencionista: ocorre com a embolização, por meio de um cateter, são inseridas partículas pela artéria que nutre o mioma, que morre com o fim do fluxo de sangue. Mais rápido e indolor.
 
  • Quais as características do mioma em parturição? Ele sempre é extraído com cirurgia via vaginal?
Este é um tipo raro de mioma que deve ser retirado por via vaginal. Seu principal sintoma é a dor repentina e progressiva semelhante à do trabalho de parto, com ou sem sangramento associado. Dependendo do volume, o mioma provoca dilatação do colo do útero como a do parto normal. No caso de mulheres grávidas, pode levar a um parto prematuro e exige monitoramento constante.
Ele tem um formato diferente, com um pedículo, que liga o mioma ao fundo do útero e, por ser uma região vascularizada, a cirurgia deve ser realizada em um hospital, em centro cirúrgico.
 
  • Adiar a gravidez contribui para o surgimento do mioma?
Ao adiarem a gravidez para depois dos 35 anos, as mulheres se tornam mais vulneráveis ao surgimento de mioma no útero, que atingem até 80% da população feminina. Esse tipo de tumor, embora benigno, ainda é um dos principais responsáveis pelas cirurgias de retirada do útero (histerectomia), que já está entre os procedimentos mais comuns da área ginecológica e impossibilita gestações posteriores.
 
  • Qual a diferença entre mioma e pólipo?
Ambos são alterações geralmente benignas que apresentam maior incidência em mulheres durante a idade reprodutiva (período em que ocorre uma grande produção hormonal ovariana).
O mioma é um tumor benigno derivado do músculo liso do útero, muito frequente em mulheres com mais de 35 anos de idade e pode regredir com a menopausa. Embora a maioria das mulheres portadoras de mioma sejam assintomáticas, dependendo do tamanho e da localização dos miomas, pode ocorrer sangramento uterino anormal, dor pélvica e até mesmo dificuldade para engravidar.
O pólipo é caracterizado por ser uma estrutura amolecida e corpulenta, que pode estar presente dentro do corpo do útero (pólipo endometrial) ou no colo do útero (pólipo endocervical). Ele é derivado do crescimento de glândulas endometriais e de estroma (tecido fibrótico que reveste essas glândulas). Pode ocorrer em qualquer idade e ser tanto uma lesão única ou múltipla e seu tamanho podem variar muito (desde milímetros até vários centímetros).
Quando o pólipo está localizado no colo do útero (pólipo endocervical), ele pode ser retirado com uma pinça no próprio consultório de ginecologia (sempre devemos enviar o material para biópsia devido ao risco de transformação maligna). Nos casos de pólipos endometriais (dentro do corpo do útero), pode ser realizada a histeroscopia cirúrgica (retirada com apoio de uma câmera introduzida na cavidade uterina). Em alguns casos, a infertilidade pode estar presente. A preocupação a respeito do pólipo aumenta quando ele aparece após a menopausa, pois a chance de transformação maligna é maior, sendo indicado, nesse caso, retirá-lo.


Espero ter ajudado a outras meninas que estão com este problema e que, no meu caso, o mioma parido ou pólipo (não sei bem o que tenho e por isso vou consultar outro especialista), fiquem bem quietinhos durante a gravidez. Sem mais sustos, placenta descolada ou coágulos.
Continuarei contando tudo por aqui!!!! Bjs


 


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