domingo, 28 de junho de 2015

Nem sei como começar este post...



Pois é, estou criando coragem desde terça passada para escrever este post e não sei muito bem o que escrever ou como começar.
Não aconteceu nada que deixe o meu sonho para trás, mas foi neste dia que saiu o resultado do exame do meu marido. Como se lembram, depois das 3 FIVs negativas, estamos procurando os motivos da falha da implantação. Como já fiz praticamente todos para analisar o meu corpo, recorremos ao diagnóstico paterno, pois até o momento só tínhamos os espermogramas simples para o início do trabalho.

Desde o dia em que ele fez o exame já estava estranho, não se aproximava de mim ou arredio quando eu o tocava. Percebi que ele precisava de um tempo e com o resultado tudo voltaria ao normal.
Na terça, ele estava no escritório em nossa casa e eu na sala. Ele me chamou, meio cabisbaixo, dizendo que tinha saído o resultado. Como não entendemos a parte médica e genética, somente percebemos que em comparação aos valores de referência que são descritos no próprio exame, há alterações. Não pude conter o choro. Ele não chorou, mas sei que ficou muito abalado. Pediu desculpas por me culpar muitos anos pelo fato de não termos filhos. Eu disse que o perdoava por isso e que nunca o deixarei. Passamos por momentos muito difíceis no casamento e tinha escolhido ficar com ele.

Por um lado, senti que um peso muito grande saiu de minhas costas, pois ele fechou a perguntar para o médico se eu não engravidava por causa da minha ansiedade ou que causa do trabalho, já que tenho muitas tarefas e isso era o motivo. Até chorei na frente do médico que percebeu minha aflição e recomendou terapia aos dois. Acabei não fazendo. Por outro lado, era um novo problema que surgiu: se todos os meus exames estão normais, vamos mudar a linha de investigação para descobrir como melhorar a qualidade dos espermatozoides, pois os embriões não se desenvolver por causa da carga genética que recebem não permite.
Isso porque gero muitos folículos e óvulos – considerando a minha idade, estou bem acima – mas os embriões não conseguem evoluir devido à fragmentação da cromatina. Ou seja, no teste de dispersão da cromatina espermática, ele tem um índice de 36% de células com dispersão, sendo que o normal é estar abaixo de 20%. De 20% a 30%, ainda há chances com a FIV, mas o grau dele é relativamente elevado. Além disso, ficou abaixo do padrão em requisitos como motilidade, vitalidade e morfologia. Quanto à forma, teve um índice alto de defeitos e não sei bem o que isto significa.

Na mesma hora, enviamos um email ao médico que já respondeu na sequência para agendarmos com um especialista que ele confia (já fizemos isso, será nesta semana a consulta) e escreveu algo que ficou a semana toda na minha cabeça: “O resultado de 36% de espermatozoides com DNA fragmentado é considerado elevado, o que pode ter efeito na qualidade dos embriões e resultados negativos”.
Numa pesquisa rápida, percebi que há solução, mas vamos ver o que dizem os médicos sobre nossos novos caminhos. Vou colocar um post na sequência sobre o que encontrei na internet na pesquisa, mas o Dr. Google e minha interpretação precisam de amparo de uma posicionamento do médico e é só para me dar pistas provisórias do que pode ser até o especialistas nos orientar.

Amanhã tenho uma consulta com o outro especialista, estou organizando os exames para ver a opinião dele. Não mudarei o tratamento com o médico anterior, mas buscarei uma segunda opinião de um especialista renomado.
Os resultados do exame vieram como um vendaval e agora parece que estamos começando um novo ciclo. Que seja o último e dê tudo certo...

Meu marido não sabe deste blog e, se um dia ele ler, antes de qualquer coisa, entenda que é um desabafo e repito tudo o que disse para ele nestes anos todos: “escolhi ficar com ele para a vida inteira, com alguém para compartilhar os melhores momentos da vida e para nos ajudarmos mutuamente quando necessário”. Depois de conversarmos bastante, está tudo voltado ao normal, estamos muito próximos de novo, como sempre fomos. É isso, vamos em frente pois há muita coisa por vir...
 

 

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