Pessoal, depois de tanto tempo, apareço aqui para
trazer notícias e contar o que tem acontecido desde então. Nossa, é tanta coisa
que não sei nem por onde começar... Senta que lá vem "textão"!
Meu pequeno fez um ano na semana passada e fiquei pensando em todo o processo da FIV, os anos de espera e sofrimento, mas a felicidade que nos preenche é tão imensa que fica difícil descrever. E acho que foi por isso que escrevi este blog, para lembrar da minha história e para inspirar quem passou pelos mesmos problemas e mostrar que vale a pena. Pode não ser fácil, mas o apoio, mesmo à distância de pessoas que compartilham os dilemas deste jornada ajuda imensamente.
Antes de começar, quero registrar aqui o quanto é gratificante receber as mensagens (ainda estou no email daniela.pessoa.blog@gmail.com) com os relatos, as histórias e os desabafos. Vamos nos falando e nos ajudando. Tem os comentários aqui no blog também e estou tentando atualizar tudo. Fiquei muito tempo sem ler e agora estou tentando colocar tudo em dia.
Me emocionei demais por poder
inspirar outras mulheres, por saber que muitas conseguiram realizar seu sonho
como eu, mas me solidarizei com aquelas que estão em processo (porque sei que
também vão conseguir !).
Fiquei em choque - de felicidade - porque o blog tem mais de 750 mil
acessos. Caraca, é muita gente! Nem sei como agradecer a todas que me acompanharam neste processo louco
é desgastante da luta contra a infertilidade . A maternidade é mágica e vale
cada segundo das batalhas que travamos.
São 12 meses que meu pequeno completou e tanta coisa aconteceu que parece
muito mais, a gente perde a noção de tempo... É bem verdade que não durmo uma noite inteira de sono desde então (sorte
das mães que disciplinam o bebê ). Não sei se sou molenga com isso, mas não
acertei ainda este ponto.
Desde que saí da maternidade com meu pacotinho, minha vida mudou. E eu
mudei muito. Amo demais meu bebê, mas ainda continuo trabalhando bastante,
só que isso não é mais o meu foco. Tive apenas 4 meses de licença e foi muito
pouco... Pensei em não voltar a trabalhar, mas sou a provedora da casa. Quem pode ficar 6 meses em casa, com certeza é muito melhor. E quando a licença vai chegando ao fim, um grande dilema é: "volto a trabalhar ou não?". Muitos palpites e julgamentos à parte, isso vai marcar muito esta fase. Pensei em empreender, em mudar minha vida radicalmente ou ficar só um tempo em casa com ele já tinha feito uma poupança para isso. Mas além da questão financeira, pesou o fato da dificuldade em depois de um tempo voltar ao mercado de trabalho, então me aventurei a me dividir entre retorno ao emprego, cuidados com o bebê e com as rotinas da casa. Tripla jornada dá um cansaço, mas acho que dá para levar. Sei que não estou rendendo o mesmo no trabalho, mas busco fazer o meu melhor.
E por falar em trabalho, senti o quanto o mercado é cruel com as mães. Se antes eu precisar de
desdobrar para mostrar minha competência por ser mulher em meio a julgamentos
misóginos no trabalho, agora tenho que fazer muito mais para mostrar que ser
mãe não me faz uma profissional com pior desempenho. Mas é foda, não consigo
explicar porque as mulheres também me julgam. Depois escreverei um post só
sobre episódios sobre isso, narrando as cenas com estas barbaridades que tenho
enfrentado.
E tenho que assumir toda a minha corujice! A gente muda e acha que nossa
cria é a mais linda sempre... kkkk. Meu pequeno é a cara do pai, realmente fui
só o forninho mesmo.
Ainda tenho 3 embriões congelados e estou pagando a anuidade. Não sei
bem se conseguirei - fisicamente e psicologicamente - ser mãe novamente . Tudo
foi tão intenso e eu preciso me recompor. Estou doando quase todas as
roupinhas, mas uma ou outra que tenho mais apego até estou guardando porque, no
meu íntimo, ainda penso em mais um.
Ser mãe aos 40 me permitiu usufruir da maturidade intelectual e
financeira, mas posso dizer que o corpitcho dá uma arriada de cansaço ... kkkk.
Como engordei 28 kg na gravidez, 12 ainda continuam comigo. Realmente o corpo
toma novas formas, mas o meu está demorando um pouco a voltar. Estou comendo
errado, o que juntando com o stress no trabalho e o sedentarismo não dá para
esperar mágica mesmo :(
Outra coisa que pega é o desejo sexual. Falta a libido, juntando com o cansaço e a nova rotina, mas depois vai voltando, as
coisas vão se ajeitando.
Somente menstruei após 11 meses, bem no período em que parei de amamentar. Foi uma decisão minha, mas o leite já estava secando e ele se alimentava bem. Tomei o anticoncepcional Nactali até os 4 meses, mas quando a
licença acabou e voltei ao trabalho, minha rotina se desregulou, eu esquecia de
tomar e acabei parando.
Os miomas continuam aqui comigo! Os de sempre (mais encorpados depois das
doses de hormônios com a gravidez) e vários novos. No último exame de
ultrassom, a médica contou 14!!!! E 2 continuam com mais de 11cm de diâmetro.
Sinto dores e eles incomodam, estão empurrando os órgãos e, por mais que eu
queira evitar, terei que remover meu útero. A ideia me apavora, mas
infelizmente será necessário.
Tenho histórias engraçadas da maternidade que vou contar depois para
vocês, no nível daquele dia em que fui ao shopping de pantufas e nem tinha me
dado conta!
Venci a propensa em ter depressão pós-parto e a maternidade só tem me
trazido a realização que sempre desejei. Mas tem o lado B que faz parte, sem
idealizar: casamento, sexo, trabalho, estética, emoções, auto-percepção,
julgamentos dos outros e os malditos "conselhos". Mas tudo vale a
pena, como vale... é difícil explicar.
Para quem está ainda tentando, saiba que vc não está sozinha! Só conte para
os outros se puderem ajudar. Caso contrário, não precisamos da piedade de
ninguém. E eu sou o exemplo de que é possível! Como os médicos me diziam,
superei todas as estatísticas negativas e me honro em poder dizer isso: não
desistam!
Estava com saudades de vocês! De tempos em tempos voltarei aqui para contar as novis... Bjs